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Pandemia está a atingir a velocidade máxima em África

Lusa | ms
9 de julho de 2020

"Ultrapassamos o número crítico de 500 mil casos", alerta diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, que apela ao uso generalizado de máscaras. Número de mortos em África subiu para 12.206.

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Foto: DW/A. Niragira

O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, disse hoje que a pandemia está a atingir velocidade máxima em África, apelando para o uso generalizado de máscaras.

"Ultrapassamos o número crítico de 500 mil casos. A pandemia está a atingir a velocidade máxima e, por isso, gostaria de fazer um apelo ao continente: temos de ser corajosos, arrojados e deliberados na implementação de medidas se saúde publica de forma generalizada", disse John Nkengasong. 

O diretor do África CDC, que falava hoje, a partir de Adis Abeba, no encontro semanal com jornalistas, apelou para o uso generalizado de máscaras. 

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"Temos de aumentar o uso de máscaras em todos os países. Máscara, máscara, máscara", disse numa analogia com a recomendação da Organização Mundial de Saúde de "testar, testar, testar". 

O responsável africano sublinhou igualmente a importância de os países continuarem a alargar a sua capacidade de testagem da população e a necessidade de envolver as populações na luta contra o coronavírus. 

Número de mortos em África sobe para 12.206

Sobre a progressão da doença no continente africano, John Nkengasong adiantou que, segundo dados de hoje de manhã, o continente registava 522.104 casos acumulados de infeção pelo novo coronavírus, dos quais resultaram 12.206 mortes, o que representa uma taxa de letalidade de 2,3%.

"Desde a semana passada, houve um aumento de 24% de novos casos, o que significa cerca de 100 mil novos casos e uma média de 14 mil casos por dia comparando com a média diária de 11 mil casos na semana passada", adiantou.

África do Sul (42%), Egito (15%), Nigéria (6%), Gana (4%) e Argélia (3%) são responsáveis por 71% de todos os casos registados em África.

De acordo com o África CDC, foram feitos no continente 5,7 milhões de testes, 8,6% dos quais deram positivo. Cerca de 80% dos testes foram realizados em apenas 11 países:  África do Sul, Marrocos, Egito, Gana, Etiópia, Uganda, Quénia, Maurícias, Ruanda, Nigéria e Senegal.

O diretor do África CDC adiantou que, através da plataforma de compras 'online' da União Africana, foram comprados 1,4 milhões de testes, a que se deverão juntar 1,3 milhões doados pelo Governo alemão.

"Serão 2,7 milhões de testes e com a sua distribuição chegaremos muito perto da meta de alargar a testagem para 10 milhões que estabelecemos em abril", disse.

O diretor do África CDC anunciou também o lançamento de um consórcio para supervisionar os ensaios clínicos da vacina para a covid-19 - CONCVACT - a decorrer no continente. O consórcio pretende "juntar todo o conhecimento existente no continente sobre a vacina para atuar de maneira coordenada e assegurar que os ensaios clínicos são conduzidos de forma apropriada".