Covid-19: Governo são-tomense impõe confinamento obrigatório
22 de abril de 2020Com os três casos de coronavírus em São Tomé e Príncipe, anunciados na terça-feira (21.04) pelo ministro da Saúde, Edgar Neves, apertaram as medidas contra o novo coronavírus no país.
O Governo impôs o "confinamento obrigatório em todo o território nacional", a partir das 19:00 locais desta quarta-feira.
Em comunicado lido pelo seu porta-voz, Adelino Lucas, o Executivo adiantou que, no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, não é permitido aglomerações de pessoas e os cidadãos que violarem estas novas medidas poderão ser detidos e "incorrer em crime de desobediência". O Exército e a polícia vão efetuar patrulhamento para garantir o cumprimento das medidas.
O Governo impôs igualmente a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção a todos os cidadãos que circulam nas vias públicas, bem como a todos os que prestam serviço ao público.
Novas medidas de exceção
O Executivo são-tomense anunciou um conjunto de 10 "medidas de exceção", que inclui a redução para 20 do número de membros de família que poderá participar nos funerais e venda em dias alternados nos mercados, como forma de evitar aglomerações.
O Governo ordenou ainda o encerramento do mercado de fardo (roupas usadas) e anunciou a chegada no próximo dia 27 de um avião, proveniente de Portugal, com materiais sanitários para fazer face à pandemia.
A partir da meia-noite local do dia 24 "nenhum cidadão deverá deslocar-se de São Tomé para a Região Autónoma do Príncipe e vice-versa sem a realização prévia de testes rápidos".
Testes rápidos, nova arma contra a Covid-19
Os três casos de infeção pelo novo coronavírus identificados na terça-feira tratam-se de pessoas que já estavam internadas no Hospital Ayres de Menezes quando foram submetidas a testes rápidos para a Covid-19.
"Como já dispomos de testes rápidos e como tínhamos pessoas internadas com problemas de foro respiratório, essas pessoas foram todas elas submetidas ao teste. Dos testes feitos, três deram positivos", disse o ministro da Saúde.
De acordo com Edgar Neves, os três cidadãos, com idades entre os 20 e 40 anos, não viajaram para o exterior e residem nos distritos de Água Grande e Mé Zóchi, os mais populosos do país.