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Angola: Médicos cubanos asseguram saúde em zonas recônditas

Lusa | mc
9 de junho de 2020

Ministro de Estado diz que médicos cubanos é que asseguram os serviços de saúde nas zonas mais recônditas de Angola. Governou apresentou o Relatório das Atividades Realizadas para o Controlo da Pandemia da Covid-19.

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Foto: DW/P. Borralho

Foi apresentado esta terça-feira (09.06), na Assembleia Nacional, o Relatório das Atividades Realizadas para o Controlo da Pandemia da Covid-19. O balanço foi revelado pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República.

Na sessão, Pedro Sebastião destacou o trabalho dos médicos cubanos que têm assegurado os serviços de saúde nas zonas mais recônditas do país, cuja contratação custou a Angola 79,3 milhões de dólares (71,3 milhões de euros).

A vinda em abril de 244 médicos cubanos e as suas condições salariais foram alvo de críticas, sobretudo da classe médica angolana. O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola considerou mesmo a hipótese da paralisação dos serviços em protesto, acreditando que a classe está a ser desvalorizada pelo Governo angolano, uma vez que foi atribuído um salário de cinco mil dólares (4.457 euros) aos colegas cubanos.

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Segundo Pedro Sebastião, o Governo considera essa reclamação um não problema, porque está "habituado a viver essas situações".

"E se nós olharmos para o país real que nós somos, olharmos ali onde o sol mais castiga, quem são os médicos que lá estão? Com todo o respeito que temos da classe, mas nós vamos encontrar aí, em municípios que todos nós conhecemos, esses médicos a emprestarem todo o seu profissionalismo, toda a sua entrega, dedicação, para minimizar os problemas por que nós vivemos hoje, com dificuldades de colocar profissionais da saúde em quantidade e qualidade nesses pontos", frisou.

Quanto custou o combate à Covid-19?

43 mil milhões de kwanzas (64,3 milhões de euros) foi o valor gasto pelo Governo angolano no combate ao novo coronavírus, de acordo com o relatório divulgado esta terça-feira.

Para além desse valor, o Executivo recebeu ainda doações em bens materiais, alimentares e valores monetários, avaliados em 4,2 mil milhões de kwanzas (6,2 milhões de euros), 5,5 milhões de dólares (4,8 milhões de euros) e 772,2 mil euros. 

O relatório indica que a China e o Qatar foram os maiores doadores de bens materiais para o país.

Segundo Pedro Sebastião, as doações monetárias foram maioritariamente feitas por bancos e direcionadas em pagamentos efetuados para a compra de equipamentos e material de biossegurança.

O que correu mal?

O ministro de Estado frisou que também foram registados alguns constrangimentos na luta contra a pandemia da Covid-19, Nomeadamente na implementação e controlo das medidas, que foram sendo paulatinamente superados. 

"Inexperiência de todos os atores envolvidos sobre o comportamento do vírus, insuficiência dos meios de transporte, combustível, lubrificantes, etc, incredulidade das populações à doença da Covid-19, levando ao não acatamento inicial das medidas de isolamento social e uso das máscaras individuais", referiu.

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As dificuldades do fornecimento de energia elétrica no interior das províncias, assim como o abastecimento de água potável, aliada às avarias das cisternas e moto-cisternas devido ao mau estado das vias, foram outras dificuldades que se registaram também.

Luanda mantém cerca sanitária

Pedro Sebastião sublinhou que o vírus da Covid-19 em Angola está limitado à província de Luanda, tendo o município de Talatona o maior número de casos. "Razão bastante para manter até agora a cerca sanitária nesta província e determinar os cordões sanitários nos focos de transmissão que se lhe registar", reitera.

O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República realçou que "o comportamento da Covid-19 em Angola é caraterizado maioritariamente por casos assintomáticos, que, infelizmente, têm também a capacidade de transmitir a doença."

Angola regista 92 casos da Covid-19, dos quais quatro morreram e 38 recuperaram.

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