Angola: Países africanos saem da lista de entrada proibida
5 de março de 2020Numa entrevista à TPA, televisão pública angolana, na quarta-feira (04.03), Franco Mufinda esclareceu que a comissão interministerial angolana resolveu retirar os países africanos que reportaram apenas um caso, mantendo a China, Itália, Coreia do Sul e Irão entre os países cujos cidadãos estrangeiros não-residentes estão proibidos de entrar.
Quanto à entrada de angolanos e cidadãos residentes em Angola provenientes destes quatro países "as portas estão abertas", devendo, no entanto, ser observada quarentena, disse o secretário de Estado, garantindo que "há capacidade para poder acolher" os cidadãos.
Segundo Franco Mufinda, o centro de quarentena instalado em Calumbo tem capacidade para 250 camas, existindo um outro na Barra do Kwanza, cuja capacidade não especificou, estando ainda prevista a abertura de um terceiro centro.
Neste momento estão a ser controladas 196 pessoas nos dois centros, disse ainda o responsável do Governo, adiantando que foram descartados os dois casos que eram suspeitos.
De acordo com uma fonte citada pela TPA, "os países entram ou saem da lista desde que existam indicadores de que a situação está controlada".
Quanto a Portugal, "as autoridades consideram que os casos estão controlados, não existindo um aumento exponencial de novos casos", indicou ainda a TPA.
Quarentena de 14 dias
A ministra da Saúde tinha decretado, num despacho datado de 28 de fevereiro que estariam proibidos de entrar em Angola cidadãos estrangeiros vindos da China, Coreia do Sul, Irão, Itália (países com casos autóctones), bem como Nigéria, Egito e Argélia, os países africanos com registados de coronavírus na altura.
Os cidadãos angolanos ou estrangeiros residentes em Angola que viajem a partir destes países terão de ficar em quarentena por um período mínimo de 14 dias. Além de Nigéria, Egito e Argélia, em África foram identificados casos em Marrocos, Tunísia e Senegal.
O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.200 mortos e infetou mais de 93.000 pessoas, em 78 países incluindo oito em Portugal.
O Covid-19, nome atribuído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) à doença provocada pelo novo coronavírus, que surgiu em Wuhan, na China, no final do ano passado. A OMS declarou o surto como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".
A Itália, o país mais afetado na Europa, anunciou o encerramento de todas as escolas e universidades a partir de hoje e até 15 de março, como medida de precaução face à epidemia de Covid-19, que no país já matou mais de 100 pessoas.