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Conselho Cristão pronto para ajudar a resolver crise

Leonel Matias (Maputo)24 de março de 2016

O Conselho Cristão de Moçambique diz que é preciso parar com as hostilidades. E defende a mediação interna para ajudar a resolver a crise político-militar que assola o país há meses.

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Foto: Getty Images/AFP/J. Jackson

O Conselho Cristão de Moçambique (CCM) defendeu esta quinta-feira (24.03) a mediação nacional para resolver a tensão político-militar que afeta o país e apelou à cessação imediata das hostilidades militares. A organização defende ainda que o Governo deve reatar as conversações de paz com o maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

"O mais importante e que se deve procurar fazer primeiro, neste momento, seria parar com as hostilidades e procurar uma forma de haver um entendimento para que volte a reatar o diálogo", afirmou José Moiane, presidente do CCM. "Este diálogo poderá ser o remédio para todos os males que estão a afetar o país".

Saudando a predisposição do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e de Afonso Dhlakama, presidente da RENAMO, para se encontrarem, o Conselho Cristão lamenta que isso não tenha acontecido até aqui.

Os líderes protagonizam um braço de ferro. O Presidente da República defende a realização de um encontro sem pré-condições, enquanto o líder da oposição exige a mediação da Igreja Católica e de Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, alegando "falta de confiança".

Para José Moiane, o que está a falhar é "a falta de entendimento e de vontade para a resolução dos problemas da nação", acrescentando que existem pessoas interessadas em ajudar a encontrar soluções para pôr fim ao conflito.

O bispo da Igreja Anglicana Carlos Matsinhe, membro do Senado do Conselho Cristão de Moçambique, considera que a saída para ultrapassar o impasse passa pela mediação. "Mas de mediadores internos, porque nós acreditamos na capacidade moçambicana de resolver os nossos problemas", afirma.

Afonso Dhlakama Filipe Nyusi Bildkombo Montage
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi (esq.), e líder da RENAMO, Afonso DhlakamaFoto: picture-alliance/dpa/Pedro Sa Da Bendeira/Getty ImagesGianluigi Guercia/Montage

CCM: No diálogo não há vencedores nem vencidos

O Conselho Cristão, constituído por 23 igrejas e duas associações, apela a ambas as partes que reatem as conversações de paz, deixando para a história aquilo que as separa. Sublinha ainda que no diálogo não há vencedores nem vencidos.

Tal como no passado, "o Conselho continua aberto para dar a sua contribução no sentido de conseguir a paz", afirma José Moiane.

Aproveitando a época da Páscoa, a Igreja Católica lançou uma carta pastoral onde apela ao abandono das armas e à retomada imediata do diálogo. A Igreja refere que a tensão político-militar está a deteriorar-se, com contínuas provocações e conflitos, que semeiam o luto e a dor, ao mesmo tempo que aumenta a criminalidade, a violência e raptos. A Igreja Católica já respondeu positivamente ao apelo de Dhlakama para mediar o conflito.

O Conselho Islâmico de Moçambique (CIM) enviou uma carta de pedido de paz a Dhlakama, onde apela ao líder da RENAMO que resgate o espírito do Acordo Geral de Paz (AGP) de 1992, que pôs fim a 16 anos de guerra. O CIM acredita que o resgate do espírito deste acordo poderá ser uma mais valia na resolução do conflito que afeta Moçambique.

"O senhor foi um dos signatários, em Roma, do AGP. Este acordo fez de vós uma personalidade de destaque na arena nacional e internacional. Com o seu contributo, o país passou a viver em paz e numa democracia multipartidária e de convivência sã", pode ler-se no documento, divulgado pela Agência de Informação de Moçambique.

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