Congresso do braço juvenil da UNITA dá que falar em Angola
18 de outubro de 2018Nelito Ekikui, de 28 anos, é o deputado mais jovem da legislatura 2017/2022 e está entre os oito militantes da Juventude Unida Revolucinária de Angola (JURA) que se candidataram à liderança do braço juvenil da UNITA, o maior partido da oposição angolana.
Considerado um dos favoritos, Ekikui faz várias promessas: "Pressionar e agir em nome do jovem de Angola com vista à sua formação, promoção, afirmação na sociedade, no acesso ao ensino médio, técnico profissional gratuito, no acesso às universidades, ao primeiro emprego e habitação a luz à luz do artigo 81 da Constituição de Angola."
O candidato também promote "promover a JURA como fiscalizadora número um na implementação e efetivação das políticas públicas da juventude até ao consumidor final: o jovem."
Na corrida está também o secretário-geral cessante: Aly Mango. O deputado no Parlamento angolano também é apontado como favorito, por conhecer os cantos à casa. "O que nos leva mais uma vez a recandidatar-nos tem a ver com afirmação, tem a ver com a defesa dos menos equipados, proteção e promoção do jovem angolano", afirma.
Uma mulher na corrida
Entre a lista de candidatos destaca-se um outro nome: Elsa Pataco. É a única mulher que concorre à liderança da JURA. E a presença feminina pode ser um dos motivos por detrás do particular interesse da sociedade angolana neste congresso.
Nas redes sociais, por exemplo, é possível ver cidadãos sem filiação partidária a manifestarem a sua intenção de voto. Casos como o da jornalista Luísa Rogério, que escreveu no Facebook que votaria em Elsa Pataco, apesar de não ser jovem nem da UNITA.
"Além dos jovens, tem despertado a atenção das mulheres. Temos uma candidata, Elsa Pataco, que vem trazer um ar fresco às eleições, quer para a juventude da UNITA quer para a juventude de outros partidos em geral", explica o analista político Augusto Báfuabáfua.
Durante muito tempo, a juventude angolana não falava de política. Já o dizia Valdemar Bastos, na música "Velha Xica": Xe menino não fala política, não fala política, não fala política.
Hoje, o contexto é totalmente diferente, destaca Augusto Báfuabáfua. "É uma juventude muito diferente daquela que tivemos há dez ou vinte anos atrás. Cresceu nos últimos anos, nas últimas décadas com uma Angola em paz. Grande parte desta juventude também já nasceu numa Angola democrática", lembra.