Conclusão da ponte Maputo-Katembe pode atrasar
3 de novembro de 2017O braço-de-ferro já dura há um ano. Os vendedores do mercado "Nwankakana", por onde deve passar a rampa que dá acesso à ponte Maputo-Katembe, garantem que só arrendam pé quando forem compensados.
"Sem indemnizações, as coisas vão continuar a ferver, porque tivemos promessas sérias", afirma o representante dos vendedores, Ilídio Vilanculos. "A única saída é darem a indemnização. Depois, organizamo-nos e saímos."
Mas o Conselho Municipal de Maputo nega avançar com indemnizações, alegando que o mercado "Nwankakana" pertence à edilidade.
Os vendedores acusam, no entanto, o município de ter abandonado o local. "Nada neste mercado pertence ao município a não ser o próprio terreno. Nem os escritórios, nem as casas-de-banho, nem mesmo as infraestruturas existentes pertencem ao município", diz Vilanculos.
"O que existe aqui é apenas o pessoal do município que cobra as taxas", sublinha.
O Conselho Municipal disponibilizou outro mercado, mas os vendedores alegam que não há condições para albergar todo o tipo de comerciantes: "Não há bancas suficientes para que todos comerciantes possam exercer a sua atividade. Não há espaço para colocar vendedores de roupa, não há espaço para as cozinhas, não há nenhuma barraca, apenas bancas pequenas", afirma o representante dos vendedores.
Possíveis atrasos
O vereador para a área dos mercados no município de Maputo, Belmiro Baptista, lamenta o comportamento dos vendedores, mas acredita que se irá chegar a um acordo. "Estamos numa situação em que os vendedores estão a cobrar dinheiro ao município num processo de transferência que é meramente administrativo", diz.
Os trabalhos de construção da ponte estão parados do lado de Maputo. Mas o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recurso Hídricos, Carlos Bonete, garante que tudo está a ser feito para respeitar, quanto possível, os prazos.
"De alguma maneira, já estão comprometidos por causa daquela rampa de acesso na Malanga [do lado de Maputo], mas estamos desejosos que este problema se resolva o mais depressa possível e de uma maneira que satisfaça todas as partes", afirma o governante.
A conclusão das obras está prevista para dezembro.