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Combate à morte por plástico da tartaruga em Cabo Verde

Nélio dos Santos/Cidade da Praia6 de novembro de 2014

O plástico é um dos piores poluentes do ambiente. Mas há quem desconheça ainda o perigo que ele representa para a fauna. Uma iniciativa pretende agora minimizar os riscos para os animais marinhos em Cabo Verde.

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Foto: SOS Tartarugas

Na ilha do Sal, a organização não governamental (ONG) SOS Tartaruga está a promover jornadas de sensibilização sobre o uso de sacos de plástico. A campanha agora lançada tem o nome “Nô Ca Crê Plástico, e Bô?”, o que traduzido para português significa “Não queremos plástico, e tu?”.

Uma das medidas sugeridas pela SOS Tartaruga é que as pessoas troquem os sacos de plástico pelos de algodão. Os voluntários da ONG interpelaram todos os clientes que compravam pão nas padarias de Santa Maria e Espargos. E quem estivesse de acordo, recebia um saco de pano de algodão em troca do seu saco de plástico. João Pires, um dos activistas da SOS Tartarugas, disse à DW África: “Só ontem distribuímos mais de 400 bolsas em Santa Maria. Tem sido boa campanha, as pessoas estão a contribuir para um Cabo Verde sem plástico”. Também nos Espargos, para onde se mudou a campanha no dia seguinte, os ativistas contavam distribuir mais de 300 bolsas de pano no período da manhã, e outras tantas à tarde: “Consoante o número de clientes assim vamos oferecendo sobretudo as pessoas que se interessam por um Cabo Verde sem plástico”, explica João Pires.

Milhares de animais mortos todos os anos

Meeresschildkröten Kapverden
Uma das espécies mais ameaçadas pelo plástico é a tartaruga marinhaFoto: I.Quaile, Sal, 2014

A organização pretende promover a substituição gradual das sacolas de plástico por material biodegradável, a fim de proteger o ambiente em uma forma geral, e especialmente as tartarugas marinhas, diz ainda João Pires: “Como sabem, 70 por cento do lixo marinho é constituído por plástico que polui a natureza. Milhares de aves, peixes e tartarugas morrem todos os anos por causa do consumo dos sacos de plástico. Por isso achamos que é uma boa campanha, e esperamos a contribuição das pessoas por um Cabo Verde sem plástico”.

Cabo-verdianos aderem à iniciativa

Muitas pessoas aceitaram a oferta da troca e levaram o pão para casa em bolsas de pano. Os cabo-verdianos, e, neste caso, os salenses, saúdam a iniciativa, pelo menos a julgar pela opinião dos transeuntes entrevistados pelo repórter da DW África: “É uma boa iniciativa. Agora depende muito da consciência das pessoas porque aqui, infelizmente, ainda falta-nos muita cidadania”, diz este cliente da padaria. Um outro acrescenta: “Antigamente as pessoas usavam uma bolsa de algodão na compra do pão. Por não voltarmos a esse período e não usarmos o plástico?

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Os sacos de plástico são compostos por resina sintética à base de do petróleo. Não são biodegradáveis, e é difícil determinar com precisão o tempo que levam para se decompor na natureza. Mas calcula-se haver certos plásticos cuja degradação leva pelo menos 100 anos.

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