Chuvas torrenciais na RDC fazem mais de 400 mortos
8 de maio de 2023As fortes chuvas provocaram inundações repentinas no território de Kalehe, situado na província de Kivu do Sul, e causaram vários deslizamentos de terras. Cerca de 3.000 famílias perderam as suas casas.
"Acabámos de acordar e começámos as escavações que estamos a realizar com o apoio dos nossos amigos da Cruz Vermelha e de vários voluntários", disse o administrador de Kalehe, Thomas Bakenga.
"Acabaram de ser encontrados dois corpos, retirados dos escombros e engolidos pela lama, o que nos dá um número provisório de 402 mortos", acrescentou.
"Estamos a precisar muito da ajuda das autoridades e da população. Esta catástrofe é muito grave", sublinhou o administrador.
A tragédia já é considerada um dos desastres naturais mais mortíferos da história recente do país. "É a pior inundação que já tivemos", disse o representante da sociedade civil Christian Zihindula Bazibuhe, acrescentando que ainda há corpos a boiar no Lago Kivu.
Luto nacional
O governo congolês declarou hoje, segunda-feira (08.05), um dia de luto nacional em memória das vítimas. Agumas pessoas perderam a vida nas aldeias de Bushushsu, Nyamukubi e Chavondo, que continuam a ser as mais afetadas pela catástrofe natural.
As aldeias na província de Kivu Sul ficaram inundadas depois de dias de chuvas torrenciais, que provocaram deslizamentos de terras e fizeram com que os rios rompessem as margens.
O Presidente da RDC, Felix Tshisekedi, expressou as suas "sinceras condolências às vítimas das chuvas torrenciais que causaram uma devastação devastadora".
Durante a noite de 2 para 3 de maio, pelo menos 131 pessoas foram também mortas pelas fortes chuvas no vizinho Ruanda, confirmaram as autoridades.
O tipo de solo do leste da RDC e do Ruanda, altamente vulnerável à erosão, é facilmente enfraquecido por fatores como as chuvas torrenciais, levando por vezes a estas catástrofes.
No sábado (06.05), o secretário-geral da ONU, António Guterres descreveu as inundações como mais uma " ilustração da aceleração das alterações climáticas" e do seu impacto nas nações "que que não contribuíram em nada para o aquecimento global".