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Presidente do Chade nomeado recandidato a sexto mandato

Reuters | Lusa
6 de fevereiro de 2021

Idriss Deby foi nomeado pelo seu partido para concorrer a um sexto mandato nas eleições presidenciais de 11 de abril. Polícia reprimiu protestos contra recandidatura.

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Tschad Präsident Idriss Deby Itno
Idriss DebyFoto: Präsidentschaft von Tschad

A polícia do Chade disparou gás lacrimogéneo e efetuou várias detenções durante protestos contra a nomeação do Presidente Idriss Deby, este sábado (06.02), para concorrer a um sexto mandato nas eleições de abril.

Na capital, N'Djamena, centenas de manifestantes queimaram pneus em protesto contra a nomeação.

Entre os detidos está o ativista dos direitos humanos Mahamat Nour Ibedou. Protestos foram também realizados nas cidades de Moundou, Doba, Sarh e Abeche, segundo testemunhas citadas pela agência de notícias Reuters.

"A confiança do povo tem para mim um valor sagrado", disse Deby ao aceitar a nomeação pelo seu partido Movimento Patriótico para a Salvação (MPS).

"Se a emoção de ser nomeado como candidato numa eleição presidencial é sempre forte, a emoção que sinto hoje tem um significado maior", acrescentou  Idriss Deby, que está no poder há 30 anos e é o favorito nas eleições perante os militantes do seu partido, o Movimento Patriótico para a Salvação (MPS).

"Permitam-me, meus irmãos e irmãs, dizer-vos que é depois de uma introspeção madura e profunda, que decidi responder favoravelmente a este apelo, este apelo do povo", continuou o Presidente do Chade, depois de ter sido nomeado por aclamação pelos membros do seu partido este sábado (06.02).

Idriss Deby chegou ao poder pela força das armas em 1990 ao derrubar Hissène Habré, com o apoio da França, e foi eleito Presidente após as primeiras eleições pluralistas em 1996, com 69% dos votos na segunda volta. 

Desde então, reeleito sempre na primeira volta, o Presidente do Chade foi acusado de fraude eleitoral pela oposição.

Idriss Deby, de 68 anos, lidera o país com mão de ferro, amordaçando e impedindo a oposição de se manifestar, tendo sido recentemente promovido à categoria de marechal pela Assembleia Nacional, em grande parte dominada pela sua maioria.

Na terça-feira (02.02), 12 líderes de partidos políticos da oposição selaram uma "aliança eleitoral" para apresentarem um único candidato para as eleições presidenciais.

A divulgação dos resultados finais pelo Tribunal Constitucional está marcada para 15 de maio e uma eventual segunda volta agendada para 23 de maio.

As eleições presidenciais de abril serão seguidas de eleições legislativas, que foram marcadas para 24 de outubro deste ano, depois de terem sido adiadas várias vezes desde 2015.