CEDEAO mantém sanções ao Mali
25 de setembro de 2020As sanções "serão levantadas quando for nomeado um primeiro-ministro civil", disse o presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, numa declaração citada pela agência France-Presse.
Segundo a agência noticiosa, o texto destaca a "importância e urgência" da nomeação de um primeiro-ministro civil.
Em 20 de agosto, os líderes dos Estados-membros da CEDEAO realizaram uma cimeira extraordinária virtual durante a qual decidiram impor sanções ao Mali sob a forma de um embargo comercial parcial - no qual estavam excluídos produtos essenciais, como medicamentos, petróleo e eletricidade - depois de um golpe militar contra o então Presidente, Ibrahim Boubacar Keita, dois dias antes.
Tomada de posse
Numa cerimónia oficial realizada perante o Supremo Tribunal do país, na capital, Bamako, o antigo coronel Bah Ndaw e Assimi Goita, até agora líder da junta militar, foram empossados para os cargos de Presidente e o vice-Presidente de transição do Mali.
Na ótica da junta militar que liderava o país desde 18 de agosto, esta era uma medida suficiente para o levantamento das sanções.
A CEDEAO disse "tomar nota" da tomada de posse de Ndaw e felicitou-o, mas mantém-se preocupada com o controlo dos militares durante o período de transição.
Segundo o plano de transição adotado pela junta militar, o vice-presidente pode substituir o chefe de Estado em caso de destituição.
Na declaração citada pela AFP, a CEDEAO sublinha "a impossibilidade de o vice-presidente substituir o Presidente de transição" e pede uma versão "final e oficial" do plano de transição.
No documento, a organização regional apelou para a dissolução da junta militar e a libertação das figuras civis e militares detidas durante o golpe, incluindo o antigo primeiro-ministro Boubou Cissé.
Entre as sanções, que têm sido utilizadas como uma ferramenta para as negociações, está também o encerramento das fronteiras dos 15 Estados-membros da CEDEAO com o Mali.
Independente desde 1960, o Mali viveu, em 18 de agosto, o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.