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Caso Amurane: Ministério Público indicia duas pessoas

Lusa
23 de junho de 2022

O Ministério Público acusa um antigo vereador municipal e um empresário local da autoria moral e material do assassínio, em 2017, do edil de Nampula, Mahamudo Amurane.

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Foto: DW/Nelson Carvalho Miguel

A acusação do Ministério Público (MP), citada esta quinta-feira (23.06) pelo diário Notícias, indica que os arguidos terão sido os autores dos disparos que, no dia 04 de outubro de 2017, terão tirado a vida de Mahamudo Amurane, na sequência de uma desavença gerada pela atribuição ilegal de um espaço no centro da cidade.

Segundo a acusação, o empresário Zainal S. terá celebrado com o vereador Saíde A. um memorando de entendimento, sem conhecimento do antigo autarca, para a aquisição de um espaço no centro da cidade, um documento que viria a ser revogado por Mahamudo Amurane, o que terá gerado desavenças.

De acordo com o MP, as investigações das autoridades moçambicanas indicam que os dois réus terão enviado um montante de dois mil euros para a conta do autarca, que devolveu o valor logo que se apercebeu da alegada tentativa de suborno.

Embora os arguidos aleguem que os disparos que tiraram a vida de Amurane foram feitos por uma terceira pessoa que terá invadido a residência do autarca, o Ministério Público considera que os dois arguidos foram as únicas pessoas que estiveram com Amurane quando foi baleado e os exames de perícia efetuados mostram que as balas foram disparadas a curta distância.

"Quando questionados, os coarguidos responderam que o atirador surgiu do lado frontal, na direção em que os três caminhavam, mas feita a reconstituição dos factos concluiu-se que os coarguidos eram os únicos que estavam próximos da vítima", acrescenta o diário Notícias citando a acusação do Ministério Público, que frisa que os dois não prestaram socorro imediato à vítima, garantindo assim tempo suficiente para que se livrassem das armas do crime.

O julgamento do caso do antigo autarca da cidade de Nampula começou na quarta-feira (22.06) e ocorre depois de, há um ano, o Tribunal Superior de Recurso de Nampula ter anulado um despacho que despronunciava os dois homens acusados de serem os autores da morte Mahamudo Amurane.

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