Caso Dias e Guambe: Governo promete esclarecimento célere
20 de outubro de 2024“O Governo de Moçambique condena e lamenta o sucedido (…) O Governo pede a colaboração de todos que detenham informação relevante e apela para a serenidade e calma, devendo-se evitar a desinformação”, declarou este sábado (19.10) Pascoal Ronda, ministro do Interior, numa declaração à comunicação social a partir do Ministério do Interior, em Maputo.
Elvino Dias e Paulo Guambe foram mortos a tiro cerca das 23:20 locais de sexta-feira, na avenida Joaquim Chissano, centro da capital, e, segundo a polícia, um outro ocupante, uma mulher que seguia nos bancos traseiros da viatura, foi igualmente atingida a tiro, tendo sido transportada ao Hospital Central de Maputo gravemente ferida.
Segundo o ministro do Interior, os crimes ocorrem num “momento político”, em alusão às eleições de 09 de outubro, tornando-se, assim, “suscetíveis a várias interpretações”, tendo em conta que as duas vítimas eram membros de um partido político.
“O Governo insta as instituições relevantes, particularmente ao Serviço Nacional de Investigação Criminal e a Polícia da República de Moçambique para o esclarecimento célere dos casos e que os seus autores sejam levados à barra da justiça”, acrescento Pascoal Ronda.
O porta-voz da polícia moçambicana admitiu que a viatura em que seguiam Elvino Dias e Paulo Guambe foi “emboscada”.
As vítimas tinham estado a confraternizar num mercado de Maputo, tendo ocorrido “supostamente” uma “discussão derivada de assuntos conjugais”, de onde “posteriormente terão sido seguidas”, avançou Leonel Muchina.
FRELIMO "repudia ato macabro"
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, pediu às autoridades policiais para “clarificarem” o duplo homicídio de elementos próximos ao candidato presidencial Venâncio Mondlane, classificando o assassínio de “ato macabro”.
“A FRELIMO repudia veementemente este ato macabro e exorta a todas as autoridades que façam de tudo ao seu alcance para clarificar este caso”, lê-se no comunicado de imprensa do partido Frelimo enviado à agência Lusa.
Por seu lado, o candidato presidencial Daniel Chapo, apoiado pela FRELIMO, pediu uma “investigação célere e imparcial” ao duplo homicídio, classificando-o como “afronta à democracia”.
"Gostaria de exortar às instituições da Justiça para que conduzam uma investigação célere, imparcial, independente e rigorosa, visando apurar os factos e responsabilizar os autores. A justiça tem de ser feita. Não podemos permitir que exista lugar ao medo num Estado de Direito Democrático”, lê-se no comunicado de Chapo.