CAN 2019: África prepara-se para jornada decisiva
14 de fevereiro de 2019É a primeira edição da Taça de África das Nações com 24 países na fase final, numa decisão da Confederação Africana de Futebol (CAF) que visa aumentar a possibilidade de qualificação de países habitualmente fora do grande "rendez-vous” continental, ao mesmo tempo que, com o aumento do número de jogos e de dias de competição, motiva adeptos e chama novos patrocinadores.
Novas datas, maiores desafios
Mas a prova que se realizará no Egito, de 21 de junho a 19 de julho, é igualmente a primeira fase final no verão do hemisfério norte. Trata-se de uma "reivindicação" antiga dos principais clubes europeus que, anteriormente, se viam privados de alguns dos seus melhores jogadores africanos em pleno "pico" da época desportiva (janeiro e fevereiro). Agora, com a fase final da CAN a adequar-se a outras grandes competições internacionais (como o Mundial, o Europeu ou a Copa América), os futebolistas dos países finalistas podem concluir a temporada nos respetivos clubes e só depois rumar à preparação das seleções nacionais.
A uma jornada do final da fase de qualificação, e beneficiando do facto de os dois primeiros classificados de cada um dos doze grupos garantirem o apuramento, há já contas feitas e algumas seleções a preparar a viagem ao país dos faraós, dentro de quatro meses. Senegal, Madagáscar (o que sucede pela primeira vez na história), Marrocos, Mali, Argélia, Nigéria, Guiné, Mauritânia, Tunísia, Egito e Uganda podem fazer as malas e definir estratégias. Mas há ainda decisões a tomar, adiadas para a última ronda de qualificação, dentro de um mês.
PALOP com possibilidades de apuramento
Guiné-Bissau ("Djurtus") e Moçambique ("Mambas") jogam uma autêntica final no estádio 24 de setembro, em Bissau. Um dos países de língua portuguesa estará seguramente na fase final. Mas apenas um, e se o empate serve os interesses dos "djurtus", os "mambas" sabem que terão de ganhar fora de portas para carimbar o passaporte. Baciro Candé e Abel Xavier são selecionadores apostados em levar as respetivas equipas ao Egito, e o facto de terem chegado ao último jogo com possibilidades de qualificação sublinha as boas carreiras das duas seleções.
Já Angola ("Palancas Negras") depende de si própria para ficar apurada: basta à seleção orientada por Srdjan Vasiljevic vencer em Gaborone a sua congénere do Botswana, última classificada do grupo I. O Burkina Faso é o outro candidato ao segundo posto, mas a formação orientada pelo português Paulo Duarte não depende apenas de si na receção à Mauritânia: terá de vencer e esperar que o combinado angolano não o faça no Botswana.
Emoção até ao fim também não faltará a Cabo Verde ("Tubarões Azuis"), que parte com um ponto a menos do que a Tanzânia para a sexta jornada. A seleção de Rui Águas recebe, na Praia, o Lesoto, enquanto os tanzanianos jogam com o já qualificado Uganda. A equipa cabo-verdiana tem de vencer o seu jogo, aguardando que a Tanzânia não o faça, ou, no limite, empatar frente ao Lesoto, se o Uganda vencer em Dar es Salam. Contas complicadas (mas não impossíveis) para a seleção do arquipélago da Macaronésia.
Cinco cidades, oito estádios, 52 jogos
A fase final da CAN 2019 realiza-se no Egito, depois de a organização ter sido retirada aos Camarões, por incumprimento dos prazos de modernização de alguns dos estádios indicados.
A federação egípcia surge, assim, como recurso e indicou cinco cidades como sedes da competição: Alexandria, Cairo e Suez, com dois estádios cada, e Port Said e Ismailia, cada qual com o seu recinto. No total, jogar-se-ão 52 partidas ao longo de 29 dias, com o jogo inaugural e a final a terem lugar no estádio Internacional do Cairo, com capacidade para 74.100 espetadores. O vídeo-árbitro (VAR) será utilizado a partir dos oitavos de final (portanto, nos últimos 16 jogos do torneio).