A corrida à presidência de Cabo Verde já começou
4 de agosto de 2016Albertino Graça e Joaquim Jaime Monteiro formalizaram as suas candidaturas na quarta-feira (03.08.2016). Jorge Carlos Fonseca entregou o "dossier" de candidatura um dia antes.
Jorge Carlos Fonseca - a vantagem de já ser presidente
Na corrida ao Palácio do Plateau o primeiro a entregar os documentos no Tribunal Constitucional foi o seu atual inquilino, Jorge Carlos Fonseca, que escolheu como mandatário nacional o antigo selecionador cabo-verdiano de futebol, Lúcio Antunes.
"Temos neste momento assinaturas de todos os concelhos do país, temos mais do dobro das assinaturas exigidas: mais de duas mil. E temos também assinaturas da diáspora", afirma o mandatário do atual Presidente. E conclui: "Todos nós acreditamos numa vitória e o povo cabo-verdiano também acredita."
Jorge Carlos Fonseca conta com o apoio político do Movimento para a Democracia (MpD), partido que sustenta o Governo cabo-verdiano.
Jorge Carlos de Almeida Fonseca, é licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, é Mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, escritor, advogado e jurisconsulto.
O atual Presidente da República foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1991 e 1993, logo após a abertura do país, em 1990, ao multipartidarismo.
Natural de São Vicente, onde nasceu a 20 de outubro de 1950, Jorge Carlos Fonseca foi um dos fundadores do Partido da Convergência Democrática (PCD), em 1994, e foi seu vice-presidente até 1998.
Albertino Graça - o candidato que quer reforçar a democracia
Nesta quarta-feira, dia 3 de agosto de 2016, último dia do prazo previsto para a formalização de candidaturas presidenciais, José Graça, mandatário nacional da candidatura do professor Albertino Graça, entregou o "dossier" convicto que o seu candidato vai dar um grande contributo para o reforço da democracia cabo-verdiana:
"Trata-se de uma candidatura subscrita por cerca de 1.500 eleitores oriundos de todas as ilhas do país. O nosso objetivo não é apenas ganhar mas também contribuir para o reforço da cidadania, afirma o mandatário de Albertino Graça em entrevista à DW África. Questionado sobre as hipóteses de vitória o mandatário limita-se a afirmar: "O futuro a Deus pertence."
De 56 anos de idade e natural de São Vicente, Albertino Manuel Lopes da Graça é o atual reitor da Universidade do Mindelo. É licenciado em engenharia mecânica pela Universidade de Coimbra, mestre em Gestão de Desenvolvimento e Cooperação Internacional pela Universidade Moderna de Lisboa e doutor em Ciências Económicas pela Universidade cubana de Oriente.
Foi o mentor do Instituto de Estudos Superiores Isidoro da Graça, do qual foi presidente. Em 2005, concorreu pelo Movimento Modernizar São Vicente à Câmara de São Vicente, elegendo um deputado.
Joaquim Jaime Monteiro - o antigo combatente da liberdade da pátria
O terceiro candidato às eleições presidenciais de 2 de outubro é Joaquim Jaime Monteiro.
Com 1.027 proponentes em 10 dos 22 concelhos do país, Conceição Miranda, a mandatária nacional, entregou também esta quarta-feira (03.08.) a candidatura do "combatente da liberdade da pátria", Joaquim Jaime Monteiro, que alimenta um sonho antigo de um dia ser Presidente da República.
"É um sonho dele. Ele quer continuar e estou a dar todo o meu apoio para vêr o que ele poderá conquistar", afirmou a mandatária à DW África, justificando a candidatura da seguinte forma: "A sua candidatura é uma candidatura singular. Ele vai, pelo menos, marcar a diferença. Ganhar é a nossa expetativa."
De 75 anos de idade, Joaquim Jaime Monteiro foi o candidato menos votado nas eleições presidenciais de 2011.
É natural de Coculi, ilha de Santo Antão, onde nasceu a 21 de Agosto de 1940.
Com 21 anos serviu o exército português, em Macau, juntamente com o antigo Presidente de Portugal Ramalho Eanes. Depois do serviço militar dedicou-se a docência em Santo Antão, onde em 1967 fundou com outros colegas o externato liceu.
Desde os 18 anos envolveu-se na política denunciando a fome na sua ilha natal e manifestando-se contra os ideais do regime colonialista. Está reformado desde 1995.