Cabo Verde e Gana jogam para a semi-final do CAN
2 de fevereiro de 2013
As seleções de Cabo Verde e Gana medem forças no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth.
Ainda antes de conhecer o seu adversário nos quartos de final, o selecionador cabo-verdiano, Lúcio Antunes, dizia à rádio pública de Cabo Verde, que queria defrontar as melhores seleções: “nós já estamos nos quartos de final, que venha agora qualquer adversário mas de preferência um bom adversário e à altura de Cabo Verde. Gana é um bom adversário”.
Lúcio Antunes que é controlador de tráfico aéreo, profissão à qual deverá voltar depois do CAN 2013, mostra-se conhecedor da estratégia do Gana.
Reconhecendo o valor do adversário, o selecionador garante: “vamos encarar o Gana com firmeza e respeito, como fizemos até aqui, e dar o nosso melhor. Se der para passarmos às meias finais seguramente que não desperdiçaremos”.
“O Gana é uma equipa forte na transição defesa-ataque, quando tem a bola o seu posicionamento defensivo é perfeito, é uma equipa que sai muito rapidamente para o contra-ataque e tem jogadores rápidos à frente, com critério nos passes, só que quando perdem a bola já não são tão fortes e nós vamos explorar isso”, avalia o treinador.
A voz dos Tubarões
O capitão dos Tubarões Azuis (nome pelo qual é conhecida a seleção de futebol cabo-verdiana), Nando, com 34 anos é o mais velho do grupo. Nasceu em Angola e só se estabeleceu em Cabo Verde com os pais aos seis anos de idade.
Dentro do campo, Nando é a voz do comando da equipa e pensa numa vitória contra o Gana: “estamos aqui para jogar. Por que não ganhar ao Gana? Vamos trabalhar com humildade, não vamos fugir das nossas responsabilidades”.
Cabo Verde pinta-se de azul
A garra dos Tubarões Azuis contagiou todo o país que está praticamente pintado de azul. São várias a vozes que dizem que, desde 5 de julho de 1975, data da independência nacional, não se via todo o país unido pela mesma causa.
Embalados pela euforia, os cabo-verdianos não pensam noutro resultado que não seja a vitória sobre o Gana e a consequente passagem às meias-finais, a 6 de fevereiro: “a expetativa é grande. Pelos jogos que já tem realizado até agora, Cabo verde pode perfeitamente levar de venciada a equipa do Gana e pode ir muito longe”, diz entusiasmado um cidadão cabo-verdiano.
Nas ruas da Cidade da Praia, uma cidadã está confiante: “que cabo-verde ganhe, pelo menos, 2-0”. Mais comedido, afirma um homem: “tudo é possível, mas vamos continuar na nossa serenidade pois eu acho que Cabo Verde já ganhou, já estamos de parabéns”.
Estreante no CAN 2013, Cabo Verde apresenta-se como um equipa sensação, tendo deixado pelo caminho Marrocos e Angola. Terminou a primeira fase da competição com os mesmos pontos que a anfitriã África do Sul.
Receção calorosa na Praia
Para esta operação, a Federação Cabo-verdiana de Futebol preparou um orçamento de cerca de 700 mil euros, dos quais apenas 20% estavam garantidos antes do início da competição.
Em todo o país, lançou-se uma espécie de peditório para garantir uma participação condigna da selecção nacional. Numa dessas campanhas a Câmara Municipal da Praia arrecadou cerca de 10 mil euros, segundo o seu presidente, Ulisses Correia e Silva.
A Câmara da Praia já está a preparar uma recepção apoteótica dos Tubarões Azuis: “assim que regressarem, esperemos que regressem depois da final, nós vamos fazer uma grande receção da seleção, com todos os patrocinadores, convidando todos para participarem connosco numa grande festa e nessa festa pretendemos entregar à seleção a chave da cidade”, assegurou o autarca Ulisses Correia e Silva.
No segundo jogo dos quartos de final, este sábado (02.02), a anfitriã África do Sul recebe a seleção do Mali. Já no domingo (03.02), a Costa do Marfim defronta a Nigéria. E o Burkina Faso joga com o Togo.
Os jogos de meias finais decorrem na quarta-feira, 6 de fevereiro. A grande final do CAN 2013 será no domingo, 10 de fevereiro, no estádio FNB, conhecido como Soccer City, em Joanesburgo.
Autor: Nélio dos Santos (Cidade da Praia)
Edição: Glória Sousa / António Rocha