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Cabo Delgado: Detidos na Tanzânia serão extraditados

Lusa
23 de novembro de 2020

Centenas de detidos na Tanzânia por alegado envolvimento nos ataques em Cabo Delgado devem ser extraditados para Moçambique. Além de moçambicanos, o grupo tem cidadãos de Tanzânia, Somália, RDC, Ruanda Uganda e Burundi.

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Generalkommandant der Polizei der Republik Mosambik   Bernardino Rafael
Bernardino Rafael é o comandante-geral da PRMFoto: DW

Um total de 516 detidos na Tanzânia por alegado envolvimento nos ataques armados em Cabo Delgado, norte de Moçambique, vão ser extraditados para o país lusófono, de acordo com um memorando de entendimento assinado entre as polícias dos dois países. 

A colaboração da Tanzânia "tem contribuído bastante para travar a situação", referiu Bernardino Rafael, comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM), citado hoje pelo jornal Notícias. 

O objetivo da extradição é julgar os suspeitos e descobrir mais informação sobre os ataques, acrescentou. Entre os detidos há moçambicanos, tanzanianos, somalis, congoleses, ruandeses, ugandenses e burundeses.

As polícias da Tanzânia e Moçambique anunciaram na sexta-feira que vão lançar operações conjuntas contra os rebeldes que atacam Cabo Delgado e que têm atravessado a fronteira para território tanzaniano. 

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.

Jornalistas locais que presenciaram ataques no distrito de Muidumbe antes de fugirem para as matas relataram na última semana que há muitos corpos abandonados e crianças sozinhas, perdidas no campo.

A polícia moçambicana anunciou na quinta-feira que recuperou o controlo do distrito, duas semanas depois de ter sido ocupado por rebeldes.

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