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Eleições no Burundi com boicote

Bettina Riffel29 de junho de 2015

O Burundi sediou eleições legislativas e municipais, faltando duas semanas para as presidenciais. Antes mesmo dos locais que votação abrirem, o país registou ataques com granadas a vários centros de votação.

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Foto: Reuters/P. Nunes dos Santos

A oposição boicotou o escrutínio. A decisão, anunciada na última sexta feira, gerou manifestação das Nações Unidas e da União Europeia. O boicote ao escrutínio desta segunda feira (29.06.15) por parte da oposição foi uma forma de mostrar repulsa ao fato de o Presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, querer - no dia 15.07.15 – concorrer a um terceiro mandato, o que viola a Constituição do país.

Ao que tudo indica, o boicote nas legislativas e municipais teria resultado na ida de menos pessoas às urnas. Porém, ao meio dia, da data das eleições, o chefe da comissão eleitoral da República do Burundi, Pierre-Claver Ndayicariye, disse às agências de notícias que a participação da votação já havia sido grande nas primeiras horas, ainda que os meios de comunicação locais tenham presenciado calma em muitos dos pontos com urnas.

Parlamentswahlen in Burundi
Maioria das pessoas a visitar as urnas teriam sido apoiantes do PresidenteFoto: AFP/Getty Images/L. Nshimiye

Adiamento das eleições

Após o anúncio do boicote da oposição, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, tinha pedido o adiamento das eleições. O que não aconteceu. O Burundi enfrenta sua pior crise desde a guerra civil que terminou há nove anos. Jemvohore Hussein, um jornalista no Burundi conversou com a DW e disse que a massa não foi às urnas, mas que quem foi era apoiante do partido no poder burundês "Conselho Nacional para a Defesa da Democracia" (CNDD FDD) e da "União pelo Progresso Nacional" (UPRONA). “Soldados foram às urnas”, mencionou ele.

Já um funcionário público, da província de Cibitoke, que prefere ficar no anonimato, contou à DW: “Muitas pessoas foram votar, sim, mas penso que elas estavam ligadas ao partido no poder e se teriam sentido um pouco ameaçadas.”

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Burundi enfrenta sua pior crise desde a guerra civil que terminou há nove anosFoto: Getty Images/AFP/P. Moore

Désiré Minani, coordenador da comissão eleitoral em Ngozi, terra natal do Presidente, disse que viu em frente de todos os locais de votação, pelos quais passou, filas de eleitores.

Perda de apoiadores

À pergunta de o que teria sido feito com os cartões de votação com as dados da oposição, já que ela boicotou as eleições, ele respondeu que todos estão na corrida e que o resultado logo se vê.

Na véspera do escrutínio, o chefe do parlamento, Pie Ntavyohanyuma, assumiu ter deixado o país. Nos últimos dias, o Presidente burundês perdeu vários apoios. Além de Ntavyohanyuma, também o vice-Presidente Gervais Rufyikiri teria ido à Bélgica. Principalmente os oposicionistas acusam o Presidente de violar a Constituição e o acordo de paz de Arusha, assinado para dar fim a 13 anos de guerra civil.

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