Bloco Democrático repudia prisão de manifestantes
31 de agosto de 2021O Bloco Democrático (BD) publicou uma nota de repúdio à ação policial que evitou um protesto em frente à Assembleia Nacional esta segunda-feira (30.08).
O BD considera a prisão dos manifestantes "arbitrária por não haver indícios ou elementos que apontassem atos imputáveis de crime por parte dos manifestantes e repressiva por coibir o direito de livre manifestação constrangendo e criando terror estatal através de truculência".
Na nota, o partido recorda que o direito à liberdade de expressão e livre manifestação é fundamental numa sociedade democrática e justa, considerando que o episódio "demonstra a truculência e o autoritarismo do Governo angolano".
Mais de 20 jovens ativistas, em Luanda, queixaram-se de terem sido impedidos pela polícia angolana de se manifestarem na manhã de segunda-feira (30.08) em frente à Assembleia Nacional, onde tencionavam "exigir justiça e transparência" na discussão das leis de alteração ao pacote eleitoral.
A ação da polícia, que destacou um enorme dispositivo de agentes em todo o perímetro e ruas adjacentes ao parlamento angolano, disseram os manifestantes, começou a 300 metros da sede parlamentar. Alguns manifestantes foram detidos. Segundo o BD, entre os jovens detidos está o líder juvenil desta agremiação política, Adilson Manuel.
Liberdade de expressão
Para o BD, não preservar o direto à liberdade de expresso e de livre manifestação "leva à construção de uma sociedade baseada no medo de pensamento único, remontando a situações que levaram outras sociedades em direção à um Estado fascista".
"E, para que isso não ocorra no nosso país, exprimimos o nosso repúdio ao facto ocorrido", lê-se na nota, que pede também a "libertação de todos os manifestantes por merecerem dos direitos de cidadania e participação política".
A formação política afirma que não pactuará com os "episódios que nos últimos tempos se tornaram a marca da governação, dita democrática, onde, não poucas vezes", se assiste a "gente sendo presa e até morta por exercerem sua cidadania".