Bitcoin: Tudo o que precisa de saber
A Bitcoin anda nas bocas do mundo: a criptomoeda tem tido um percurso de sucesso, mas tem uma origem misteriosa. Saiba aqui de onde vem e para onde vai a Bitcoin.
Época boa para nova moeda
Criada em 2009, a Bitcoin foi a primeira moeda digital descentralizada do mundo. Foi estimulada sobretudo pela incerteza depois da crise financeira mundial. O objetivo: que a Bitcoin fosse mais rara do que o ouro, com um máximo de 21 milhões de moedas. No início, valia apenas uma fração de cêntimo e em fevereiro de 2011 já valia o mesmo que o dólar norte-americano. A partir daí, o valor disparou.
Criador anónimo
O nome Satoshi Nakamoto está diretamente associado à Bitcoin. Diz-se que é um pseudónimo de um informático que inventou a criptomoeda - talvez um cidadão japonês, de trinta anos. Outros acham que o mais provável é que um grupo de especialistas em computação tenha criado a tecnologia por trás da moeda digital. Segundo um dos rumores, o diretor da Tesla, Elon Musk, é o verdadeiro Satoshi. Musk nega.
Não há notas?
Em vez de ser impressa, como os euros ou os dólares, cada Bitcoin é criada numa rede global de computadores e controlada pelo sistema, em vez de pelo banco. Não há taxas de transação. A menor fração à venda é um "Satoshi", um centésimo de milhão de Bitcoin. As compras podem ser feitas anonimamente, até em caixas automáticas digitais. As Bitcoins são normalmente guardadas num porta-moedas digital.
Processos complexos
Para garantir que não há demasiadas Bitcoins em circulação, introduziu-se um processo, que condiciona o processamento de blocos de transações em Bitcoins à resolução de um problema matemático complexo. São processos tão complicados que é preciso usar computadores cada vez maiores. Aumenta, por isso, a preocupação com a eletricidade necessária para transacionar Bitcoins.
Fortunas legítimas?
A natureza anónima do sistema Bitcoin poderá atrair o crime organizado, que está possivelmente a alimentar o sucesso da moeda digital, usando-a para lavar dinheiro ou comprar produtos ilegais. Notícias sugerem que o grupo radical "Estado Islâmico" usou a Bitcoin para receber fundos para comprar armas. A moeda é ainda alvo de cibercriminosos.
Bitcoin à frente, outras no encalço
itcoin é a maior de todas as criptomoedas e o seu sucesso incitou a criação de muitas outras. Outros criadores de moedas digitais incluem a Ethereum, o Zcash, o Bitcoin Cash, a Ripple e a Litecoin. Até novembro de 2017, havia 1.324 no total. Outras centenas tentaram lançar as próprias moedas, mas falharam. O mercado é cada vez mais regulado.
Ascenção fenomenal
2017 foi um ano espetacular para a Bitcoin. Em janeiro, uma moeda rondava os 1.000 dólares; doze meses depois, valia já 19.784 dólares. Apesar de reinar ainda algum ceticismo, a moeda começou a ser vista como um bom investimento por investidores institucionais.
Soam os alarmes
De bancos centrais a investidores respeitados, quase todo o sistema financeiro alerta para uma possível bolha da Bitcoin, que poderá rebentar e arruinar muitos dos que detêm a moeda digital. O prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz (foto) diz que a Bitcoin "deveria ser proibida". Para Jamie Dimon, presidente da JPMorgan Chase, quem compra a moeda é "estúpido".
Nova vaga?
Enquanto os mercados se preparavam para as férias de Natal, a Bitcoin perdeu um terço do seu valor em cinco dias. Quem compra Bitcoins pode estar habituado a alguma volatilidade, mas é preciso esperar pelo novo ano para ver se a queda para 12.544 dólares significa realmente más notícias. Será 2018 o ano em que Wall Street adotará a Bitcoin? Ou será que outra moeda ocupará o espaço da criptomoeda?