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Bissau: Sissoco empossa "governo de sacrifício"

Iancuba Dansó (Bissau)
21 de dezembro de 2023

Novo executivo guineense de iniciativa presidencial conta com vários estreantes e tem fraca participação feminina. Presidente Umaro Sissoco Embaló diz que vai estar "muito atento" ao desempenho dos governantes.

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Novo Governo da Guiné-Bissau
Foto: I. Dansó/DW

O novo governo guineense de iniciativa presidencial conta com 24 ministros e nove secretários de Estado.

Para o atual elenco governamental transitaram vários membros do executivo anterior, da Plataforma da Aliança Inclusiva, apesar da coligação se ter demarcado do novo Governo, chefiado por Rui Duarte Barros.

Na tomada de posse dos novos governantes, o Presidente da República deixou um alerta: "Saibam que este é um governo de sacrifício e vou estar muito atento, senhor primeiro-ministro, porque o povo está a olhar para nós", disse Umaro Sissoco Embaló.

Novo elenco governamental

Carlos Pinto Pereira, ministro dos Negócios Estrangeiros, e membro do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Nicolau dos Santos, ministro da Defesa Nacional e dirigente do Partido da Renovação Social (PRS), são algumas das figuras que transitaram do anterior executivo, liderado por Geraldo Martins

Entretanto, Botche Candé regressa ao cargo do ministro do Interior e Ilídio Vieira Té à pasta das Finanças.

Ilídio Vieira Té, novo ministro das Finanças
Ilídio Vieira Té, novo ministro das FinançasFoto: privat

O executivo de iniciativa presidencial integra ainda membros do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), a segunda força política do país, e do Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG). Conta ainda com alguns estreantes na governação, como Nancy Alves Cardoso, secretária de Estado da Cooperação Internacional, e José Carlos Macedo, secretário de Estado da Ordem Pública. 

Entre os 24 membros, há apenas seis mulheres no novo elenco governamental. Quatro delas ocupam pastas ministeriais.

"Este é um Governo para dar resultados concretos e é isso que pretendemos. Não interessa a sua composição, mas estamos aqui para trabalhar para o bem do país", justificou o primeiro-ministro Rui Duarte Barros.

Sissoco volta a justificar-se

A DW África contactou, sem sucesso, a coligação Plataforma da Aliança Inclusiva, vencedora das eleições legislativas de junho, para reagir à formação do governo de iniciativa presidencial. 

Aos jornalistas, o novo ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, que ocupa as funções pela segunda vez, apelou ao entendimento entre os guineenses.

Guiné-Bissau: Deputados impedidos de entrar no Parlamento

"[Desejo] que este país saia do marasmo em que se encontra há vários anos e que se possa reencontrar consigo. Isso só é possível com o empenho de cada cidadão. Vamos deixar as questões partidárias de lado e ver a Guiné-Bissau como um bem comum, que todos nós queremos". 

O novo Governo da Guiné-Bissau tomou posse depois do chefe de Estado dissolver a Assembleia Nacional Popular, a 4 de dezembro. Sissoco Embaló voltou hoje a justificar sobre a decisão: "A dissolução do Parlamento não é motivo para nos vangloriarmos, mas o Parlamento não pode ser o lugar de conspiração, é a casa da democracia", disse.

"Cada vez que vamos às eleições, falhamos. Em 1994, o Parlamento trouxe-nos a guerra [civil], com o Presidente Kumba Ialá foi a mesma coisa e comigo também", acrescentou Sissoco Embaló.

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