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RENAMO tem base ocupada pela Polícia na Zambézia

Marcelino Muéia/Lusa12 de setembro de 2016

Operação teria feito vítimas fatais, mas a Polícia não confirma informação. Um comandante da RENAMO está detido por participar de ações armadas na região.

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Auto-Konvoi Mosambik
Foto ilustrativa. Situação militar devido aos conflitos entre RENAMO e Governo eleva nível de segurança em várias regiões do paísFoto: DW/B. Jequete

A Polícia passou a controlar desde o útlimo sábado (10.09) o quartel-general da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) localizado na província de Zambézia, centro de Moçambique. A ocupação é resultado de uma operação das Forças de Intervenção Rápida do Governo, que busca reforçar ainda mais a segurança e prevenir eventuais ataques na região.

A operação aconteceu na madrugada do sábado, quando homens das Forças de Defesa e Segurança surpreenderam os homens da RENAMO em Morrumbala. No local, há relatos de muitas vítimas mortais durante a ofensiva, mas esta informação não foi confirmada pelo comando policial da Zambézia.

Segundo informação veiculada pela agência de notícias Lusa, além de vários mortos, a operação também teria culminado na detenção de um comandante da RENAMO, que alegadamente dirigia as ações armadas do maior partido de oposição na região.

O porta-voz do Comando da Polícia, Jacinto Felex, confirma a operação, porém diz que não houve mortos durante o confronto armado.

Ainda segundo Felex, a operação recuperou vários materiais que teriam sido roubados pela RENAMO nas várias incursões reralizadas nos últimos tempos a instituições públicas como hospitais, esquadras da polícia e outras. Entre os materiais estão armas de fogo.

A DW na Zambézia tentou ouvir o delegado político da RENAMO, Abdala Ossifo, a propósito da invasão e controle do Quartel-General do seu partido. Mas Ossifo mostrou-se indisponível para prestar declarações à imprensa por enquanto.

Abdala Ossifo acrescentou que se pronunciará em breve, porque no momento se encontra a acompanhar a chefe da bancada parlamentar da RENAMO, Ivone Soares, em visita à Zambézia desde quinta-feira passada (08.09).

Mosambik RENAMO Gewalt in Nhampoca
População vive amendontrada com os possíveis ataques armados. No início de setembro, várias famílias do povoado de Nhampoca, na província de Nampula, deixaram suas casas após conflito que deixou dois mortosFoto: DW/A. Sebastiao

Clima de tensão

Ainda de acordo com informação da Lusa, neste domingo (11.09) mais de trinta homens do partido de posição bloquearam a circulação no troço que liga Cuamba a Marrupa, na província de Niassa, no norte do país, e revistaram os carros que passavam pela estrada, alegadamente à procura de agentes das Forças de Defesa e Segurança.

A região centro de Moçambique tem sido a mais atingida por episódios de confrontos entre o braço armado da RENAMO e as Forças de Defesa e Segurança, existindo denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.

Apesar da frequência de casos de violência política, as duas partes voltaram ao diálogo em Maputo, com a presença de mediadores internacionais, e, após quase duas semanas de suspensão, as conversações serão retomadas esta segunda-feira (12.09).

O maior partido de oposição em Moçambique não aceita os resultados das eleições de 2014, que deram vitória à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, partido no poder há mais de 40 anos) e exige governar as seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

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