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Base da "Junta Militar" da RENAMO atacada

Lusa
6 de setembro de 2019

Uma base de guerrilheiros da RENAMO, que apoiam a autoproclamada Junta Militar do partido, foi atacada no centro de Moçambique, denunciou o líder do grupo à agência Lusa.

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Foto: DW/A. Sebastião

Mariano Nhongo, tenente-general da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e líder da autoproclamada Junta Militar, disse que um contingente das Forças de Defesa e Segurança invadiu uma base do grupo em Chipindaumwe, distrito de Gondola, e disparou contra os guerrilheiros ali entrincheirados.

Isto, um dia depois de um  ataque a um autocarro de passageiros, em que três pessoas ficaram feridas, junto ao rio Pungue, zona limítrofe entre os distritos de Nhamatanda e Gorongosa.

"Temos homens [guerrilheiros] que estão sendo atacados neste momento" disse à Lusa Mariano Nhongo, sem detalhes, avançando que o grupo estava desdobrar-se para responder à ofensiva.

Abraço da paz em Maputo

Dissidência

Apesar de as hostilidades entre Governo e RENAMO terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano Nhongo, tenente-general da RENAMO, permanece "entrincheirado nas matas".

O grupo, que se autodenomina Junta Militar da RENAMO, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.

Na quinta-feira, uma fonte do grupo negou à Lusa a autoria do ataque ao autocarro de passageiros, classificando-o como "uma forma de chantagem" contra a Junta Militar, que formou uma direção à revelia da estrutura oficial do partido e ameaça com ação militar se o Governo não renegociar os acordos de paz.

No início do mês, o grupo denunciou um plano de ataque às suas bases por forças estatais, e acusou o líder do partido de ter fornecido as coordenadas das bases dos guerrilheiros contestatários.

Notícia atualizada às 20:06 (CET) de 6 de setembro de 2019.