Base da "Junta Militar" da RENAMO atacada
6 de setembro de 2019Mariano Nhongo, tenente-general da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e líder da autoproclamada Junta Militar, disse que um contingente das Forças de Defesa e Segurança invadiu uma base do grupo em Chipindaumwe, distrito de Gondola, e disparou contra os guerrilheiros ali entrincheirados.
Isto, um dia depois de um ataque a um autocarro de passageiros, em que três pessoas ficaram feridas, junto ao rio Pungue, zona limítrofe entre os distritos de Nhamatanda e Gorongosa.
"Temos homens [guerrilheiros] que estão sendo atacados neste momento" disse à Lusa Mariano Nhongo, sem detalhes, avançando que o grupo estava desdobrar-se para responder à ofensiva.
Dissidência
Apesar de as hostilidades entre Governo e RENAMO terem cessado em dezembro de 2016 e de a paz ter sido formalmente subscrita através de acordos assinados há um mês, um grupo liderado por Mariano Nhongo, tenente-general da RENAMO, permanece "entrincheirado nas matas".
O grupo, que se autodenomina Junta Militar da RENAMO, contesta o líder do partido, Ossufo Momade, e os acordos assinados por este, nomeadamente os que regulam o desarmamento e reintegração dos guerrilheiros na sociedade.
Na quinta-feira, uma fonte do grupo negou à Lusa a autoria do ataque ao autocarro de passageiros, classificando-o como "uma forma de chantagem" contra a Junta Militar, que formou uma direção à revelia da estrutura oficial do partido e ameaça com ação militar se o Governo não renegociar os acordos de paz.
No início do mês, o grupo denunciou um plano de ataque às suas bases por forças estatais, e acusou o líder do partido de ter fornecido as coordenadas das bases dos guerrilheiros contestatários.
Notícia atualizada às 20:06 (CET) de 6 de setembro de 2019.