Banda Os Kassimbos, do Niassa para Macau
22 de setembro de 2017Criada em 2001 por um grupo de jovens, a banda Os Kassimos está a caminho de sua primeira internacionalização, a convite de Macau, na China. Depois de ter participado cinco vezes consecutivas no Festival Nacional da Cultura, irá apresentar-se no Festival Internacional de Música dos PALOP (Países Africanos de Língua Portuguesa), a 8 de outubro.
Será a realização de um sonho, avançou Augusto Murtahane, líder da banda Os Kassimbos, do Niassa.
"O sentimento é maior, vendo que é uma das primeiras internacionalizações da própria banda. É enorme estarmos num festival em que Moçambique vai ser representado pelos Kassimbos", revelou.
"Fomos sorteados e pode vir a acontecer sim...de sermos sorteados, porque Moçambique tem um leque de artistas bons, bandas melhores e não quer dizer que a escolha tenha sido má", acrescentou Murtahane.
Ritmos e vestes tradicionais
Com vestes de cascas de árvores, caraterística peculiar de Os Kassimbos, também chamados de Matakas no Niassa, o grupo tem como raízes a música tradicional ligeira e pauta-se pela promoção da cultura do povo do Niassa e de Moçambique em geral.
"Nós estamos a trazer um traje que os nossos antepassados vestiam. Estamos a falar da casca de árvore que praticamente, como estamos a ir à modernidade, dificilmente vamos ver aquilo que os nossos antepassados faziam", considera.
De acordo com Augusto Murtahane, líder da banda, o convite de Macau veio dinamizar o grupo. Os músicos estão a trabalhar a todo gás, com vista a representar Moçambique condignamente.
Augusto Murtahane garante que Os Kassimbos vão levar para Macau ritmos típicos da província do Niassa como o prato forte.
"Primeiro é levar o prato de casa, que é Niassa. Temos ritmos como macangem, chióda e nganda, que é o mais forte. Também levamos um pouco do sul da Província do Niassa. Estamos a falar de entapete, dança bene e também toca-se pouco lá no sul ecatana e chawarara," enumerou.
Para além destes ritmos do Niassa, o líder assegurou à DW África que a banda Os Kassimbos vai levar também ritmos que marcam a nacionalidade moçambicana, com destaque para o tufo, mapiko, xigubo e a marrabenta - ritmos típicos das regiões norte, centro e sul de Moçambique.
Augusto Murtahane está satisfeito com a participação de Os Kassimbos no Festival Internacional de Música dos PALOP, onde a banda vai promover a cultura do Niassa.
"O ganho para o país é tentarmos levar aquilo que Moçambique faz a nível da cultura para o mundo, vendo que todos os olhos estarão postos para esse festival que o mundo abarca", avaliou.
"Nós não queremos ficar surpreendidos, porque estão lá também outros países a se preparar condignamente. Nós queremos demonstrar que somos Moçambicanos, nós temos ritmos que dão para explorar - que o mundo venha explorar também cá, a nível cultural", frisou Murtahane.
Os Kassimbos não são a primeira banda da província do Niassa a participar no festival. Os Massukos também já representaram Moçambique no evento que junta representantes dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP).