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Liberdade de expressãoGuiné-Bissau

Ativistas em Bissau: "Não cometemos nenhum crime"

db | af | Lusa
28 de maio de 2024

Nove ativistas detidos durante um protesto em Bissau contra o Presidente Umaro Sissoco Embaló foram ontem libertados e dizem-se inocentes. Defesa quer punição de "responsáveis políticos".

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Marcha de protesto em Bissau, a 18 de maio, contra o regime do Presidente Umaro Sissoco Embaló
Foto: DW

Os nove ativistas detidos a 18 de maio foram ontem postos em liberdade sob termo de identidade e residência, por ordem do Tribunal Regional de Bissau, depois de terem sido ouvidos durante mais de sete horas no Ministério Público.

Beatriz Furtado, advogada dos detidos, acusa o Estado guineense de sequestro contra os ativistas. E promete processar o Governo, "porque, durante dez dias, foram privados da liberdade injustamente e espancados".

"Alguém vai ter de ser responsabilizado politicamente", disse a advogada à imprensa.

Ativistas dizem-se inocentes

Os ativistas foram detidos durante um protesto do movimento civil "Frente Popular" contra o regime do Presidente Umaro Sissoco Embaló. A Liga Guineense dos Direitos Humanos afirmou que os detidos foram torturados na prisão - de forma "brutal", no caso do líder do grupo, Armando Lona.

Já em liberdade, Lona prometeu aos jornalistas que não dará tréguas: "Não cometemos nenhum crime", assegurou.

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"Assumimos a nossa responsabilidade enquanto cidadãos guineenses que têm a Constituição acima de tudo. É em nome desses valores da República que decidimos lutar. Vamos continuar a defender a República com toda a humildade nos ditames constitucionais."

Armando Lona disse que, nos próximos dias, revelará "todos os pormenores" da detenção e anunciará novas ações de protesto.

Para o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, a libertação dos ativistas "é uma mensagem clara para aqueles que pretendem instaurar o autoritarismo e a ditadura na Guiné-Bissau".

Manifestações encomendadas?

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, acusou os ativistas de promoverem "manifestações encomendadas" no país.

"As pessoas devem ter a noção da responsabilidade, a política faz-se com ética deontológica. Agora, o que não haverá neste país é a desordem, as pessoas devem ter respeito pelo povo que vota", disse Sissoco Embaló.

Mas o líder da Frente Popular rejeita as acusações.

"Não temos nenhuma encomenda, estamos a assumir a nossa responsabilidade, porque este país merece muito mais", afirmou Armando Lona.