Ataques na Nigéria deixam mais de 30 mortos
21 de julho de 2019Ataques sucessivos contra três aldeias no noroeste da Nigéria deixaram pelo menos 37 mortos no estado de Sokoto esta semana, informaram fontes oficiais e locais este domingo (21.07).
Na quarta-feira passada, durante a noite, homens armados chegaram em motas e invadiram três aldeias do distrito de Goronyo, disse o chefe daquele distrito à agência de notícias francesa AFP.
"Os bandidos abriram fogo contra as pessoas e incendiaram mercados e colheitas", disse Zakari Chinaka. Os homens armados também roubaram todo o gado que existia nas localidades.
As aldeias de Kamitau, Ololo e Rijiyar Tsamiya, onde ocorreram estes incidentes, ficam a cerca de 100 quilómetros de Sokoto, a capital do estado nigeriano com o mesmo nome. "O massacre durou cerca de duas horas, sem resposta das forças de segurança, dada a dificuldade de acesso à área", referiu Zakari Chinaka.
Um habitante de Kamitau, onde foram contabilizados 23 mortos, contou que as pessoas da aldeia tentaram defender-se e recuperar o gado, o único meio de subsistência naquela região extremamente pobre e remota. "Mas os bandidos reagiram e mataram ainda mais pessoas", disse o habitante identificado como Alu Ibrahim.
Violência crescente
O estado de Sokoto, que até há pouco tempo não tinha registos de violência, tornou-se recentemente no novo alvo de grupos criminosos organizados que atuam no noroeste da Nigéria, roubando gado e vendendo os animais em mercados paralelos a preços elevados. No último mês, pelo menos 43 pessoas morreram nos distritos de Rabah e Isa em ataques conduzidos por gangues criminosos.
O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, "condenou de modo veemente" estes ataques. "O Presidente está comprometido em responder com força contra estes inimigos da humanidade", afirmou um porta-voz de Muhammadu Buhari num comunicado.
A situação no noroeste da Nigéria, que integra os estados de Katsina, Zamfara, Kaduna e Sokoto, é encarada com particular preocupação por causa da infiltração de elementos de grupos extremistas islâmicos nestes gangues, que têm vindo a ganhar dimensão nos últimos 12 meses.