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ConflitosIsrael

Ataque massivo contra Israel reinstala clima de guerra

nn | gcs | com agências
7 de outubro de 2023

Dezenas de pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante uma ofensiva por terra, mar e ar do Hamas contra Israel. Autoridades colocaram o país em estado de emergência e pedem às pessoas que se mantenham em casa.

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Chamas após ataque com foguete vindo da Faixa de Gaza, em Ashkelon, no sul de IsraelFoto: Amir Cohen/REUTERS

De acordo com as últimas informações do serviço de resgate israelita Magen David Adom (MDA Israel), pelo menos 70 pessoas morreram durante os ataques com recurso a foguetes disparados da Faixa de Gaza contra Israel. O Ministério da Saúde estimou o número de feridos em 779. Mas os média locais relatam pelo menos 100 mortes e mais de 900 feridos em Israel como resultado do grande ataque palestiniano. O ataque aconteceu por via aérea, através de parapentes, por mar e por terra.

Os serviços de emergência pedem neste momento doações urgentes de sangue no Hospital Ichilov, em Tel Aviv, devido à escassez de suprimentos.

O presidente do conselho regional das cidades fronteiriças israelitas a nordeste do território palestiniano também foi morto em combates com agressores armados da Faixa de Gaza. Ofir Liebstein foi abatido "durante um tiroteio com terroristas", disse o conselho regional de Shaar Negev.

Um porta-voz militar israelita indicou às agências internacionais que 2.500 foguetes foram disparados contra Israel. Em resposta, a Força Aérea bombardeou alvos na Faixa de Gaza.

Gaza City | Luftangriffe aus Israel
Explosão em Gaza, a resposta israelita ao ataque do HamasFoto: MAHMUD HAMS/AFP

Dezenas de caças estiveram envolvidos no ataque, disse o porta-voz. Pelo menos 17 instalações militares e quatro centros de comando do grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, foram atacados. As autoridades palestinianas relatam quase 200 mortes e mais de 1.600 feridos na Faixa de Gaza.

Um "erro grave"

"O Hamas cometeu um grave erro esta manhã ao lançar uma guerra contra o Estado de Israel", e os soldados israelitas "estão a combater o inimigo em todos os locais", afirmou o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, num comunicado citado pela agência noticiosa AFP e tornado público às primeiras horas da manhã deste sábado (07.10).

"Estamos em guerra", disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa mensagem de vídeo gravada a partir do quartel-general militar em Tel Aviv e partilhada na rede social X (ex-Twitter).

Após o ataque surpresa, os militares israelitas colocaram o país em alerta de guerra. Isto permite tomar medidas extraordinárias e mobilizar reservistas. O Governo declarou, entretando, estado de emergência no país. 

A ofensiva foi reivindicada pelo próprio líder do braço armado do Hamas, Mohammed Deif. Numa rara declaração pública, o responsável disse que 5.000 foguetes foram disparados contra Israel durante a madrugada, para dar início à "Operação Tempestade Al-Aqsa". "Decidimos dizer basta", frisou Deif, apelando a todos os palestinianos para confrontarem Israel.

Entretanto, o Hamas terá feito vários reféns israelitas na fronteira com Israel. A organização, que é considerada terrorista por Israel, União Europeia e Estados Unidos, publicou um vídeo nos seus canais sociais esta tarde, em que supostamente mostra três homens israelitas alegadamente sequestrados por combatentes na Faixa de Gaza.

Um porta-voz militar israelita confirmou que há civis e soldados israelitas sequestrados por membros do Hamas, e por isso reiterou o apelo público para que os civis se mantenham em casa.

 

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Dezenas de foguetes foram lançados da Faixa de Gaza em direção a IsraelFoto: Mahmud Hams/AFP via Getty Images

Reações internacionais

A Alemanha "condena firmemente os ataques terroristas de Gaza contra Israel", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock. Israel "tem a nossa total solidariedade" e "o direito, garantido pelo direito internacional, de se defender contra o terrorismo", disse Baerbock nas redes sociais.

O embaixador alemão Steffen Seibert apelou aos cidadãos alemães em Israel para que se mudassem para abrigos.

Também o ministério dos Negócios Estrangeiros francês condenou "nos termos mais fortes possíveis os ataques terroristas em curso contra Israel e a sua população".

França "expressa a sua total solidariedade com Israel e com as vítimas destes ataques. Reafirma a sua rejeição absoluta ao terrorismo e o seu compromisso com a segurança de Israel", acrescentou o organismo em comunicado.

Israel, Ashkelon l Raketenangriffe aus dem Gazastreifen
Fumo em Ashkelon, Israel, após ataque coordenado do Hamas a partir da Faixa de GazaFoto: Amir Cohen/REUTERS

A União Europeia condenou "inequivocamente" os ataques do Hamas e expressou a sua "solidariedade para com Israel", referiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. "Acompanhamos com angústia as notícias sobre Israel e condenamos inequivocamente os ataques do Hamas. Esta violência horrível tem de cessar imediatamente", sublinhou. Numa publicação no X, Josep Borrell sublinhou que o terrorismo e a violência não resolvem nada, deixando ainda expressa a sua solidariedade para com Israel, nestes tempos difíceis.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, lamentou em Bordéus, França, o ataque "sem sentido" do Hamas. "Esta violência não é uma solução política nem um ato de bravura. É puro terrorismo. A União Europeia está ao lado de Israel", declarou a presidente da Comissão Europeia aos militantes do partido presidencial francês Renaissance.

Numa nota de imprensa, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu que "nunca há justificação para o terrorismo". "Os Estados Unidos condenam inequivocamente os terríveis ataques perpetrados por terroristas do Hamas contra Israel, incluindo civis e comunidades civis", refere. Os EUA solidarizam-se "com o Governo e o povo de Israel", a quem apresentam "condolências pelas vidas israelitas perdidas nestes ataques", afirmou. "Continuaremos em estreito contacto com os nossos parceiros israelitas. Os Estados Unidos apoiam o direito de Israel a defender-se", concluiu. 

A NATO foi perentória ao afirmar que a atuação do Hamas não passa de terrorismo. "Condenamos veementemente os ataques terroristas de hoje do Hamas contra Israel, parceiro da NATO. Os nossos pensamentos estão com as vítimas e com todas as pessoas afetadas. O terrorismo é uma ameaça fundamental para as sociedades livres e Israel tem o direito de se defender", afirmou o porta-voz da Nato, Dylan White, na rede social X.

Notícia atualizada às 18h27 (GMT+2).