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Sentença de prisão para envolvidos no assassinato de Sithole

Milton Maluleque (Joanesburgo)1 de fevereiro de 2016

Após ter sido adiada por duas vezes, a sentença dos dois implicados no assassinato do moçambicano Emmanuel Sithole foi lida esta segunda-feira (01.02). Bhengu foi condenado a 17 anos de prisão e Mzimela a 10 anos.

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Imagem do assassinato de Emmanuel Sithole capturada em Alexandra pelo fotógrafo James Oatway do Sunday TimesFoto: REUTERS/James Oatway/Sunday Times
Emmanuel Sithole era vendedor de rua e foi esfaqueado mortalmente a 18 de abril de 2015 em Alexandra, subúrbios de Joanesburgo quando exigiu o pagamento dos seus cigarros. Mthinto Bhengu, de 22 anos de idade, e Sifundo Mzimela, de 21, já tinham sido declarados culpados em novembro, e agora em fevereiro foi lida a sentença final que os condenou a 17 e 10 anos de prisão, respetivamente.
Os outros dois elementos envolvidos já teriam sido ilibados. Siswe Mngomezulu foi inocentado e o quarto elemento, com 17 anos na altura do crime, foi condenado a roubo e agressão ficando com pena suspensa.

Mthinto Bengo, que sofreu a pena mais pesada já tinha sido detido em 2013 e cumprido uma pena de 6 meses acusado de ataque e roubo às lojas de estrangeiros, confirmou o detetive Rapule James Maaba, junto do tribunal.

A DW África ouviu um moçambicano residente na África do Sul que reagiu afirmando que "esse julgamento tem um significado muito especial não só para a família Sithole mas também para todos os moçambicanos e estrangeiros residentes aqui na África do Sul. Primeiro, vai acabar com a xenofobia. Em segundo, isto sujou o nome dos sul-africanos".

Andre Thomashausen, constitucionalista de origem alemã, carateriza este veredito: "Finalmente temos um julgamento, temos uma sentença que poderá repor um bocado a justiça. Deixa um sabor de frustação e de zanga talvez com muita gente. As penas da África do Sul, todas as penas, são consideradas cumpridas depois de 50% da pena absolvida. Quer dizer que o principal assassino vai sair da prisão efetiva daqui a uns 8 anos e o outro depois de 5".

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Protestos contra a xenofobia na África do Sul (abril de 2015)Foto: picture-alliance/dpa/KIM LUDBROOK

Para Simião Ponguane, jornalista moçambicano na África do Sul, a família da vítima aceitou o desfecho: "a verdade é que a família de Emmanuel Sithole gostaria de ver penas muito mais pesadas porque o crime foi mesmo hediondo, mas entretanto penso que não há intenção, que eu saiba, por parte da família, em recorrer da sentença".

Caso Emmanuel Sithole reportado em todo o mundo

O caso de Sithole tornou-se mundialmente conhecido ao ser reportado por James Oatway , fotógrafo do semanário sul-africano Sunday Times. Foi o próprio fotógrafo que levou a vítima para o hospital no seu carro, mas Sithole não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer.

O caso ocorreu aquando dos ataques xenófobos na África do Sul, que atingiram sobretudo as cidades de Durban e Joanesburgo. No entanto, a polícia sul-africana e as autoridades governamentais da província de Gauteng, onde se situa a capital económica do país Joanesburgo, alegaram não se ter tratado de um ataque xenófobo, mas sim de um crime de delito comum, apesar de terem sido encontrados nos bolsos da vítima cerca de 15 euros e um telemóvel, o que pressupõe que não se tratou de uma tentativa de roubo.
Em maio do ano passado, Jacob Zuma, o presidente sul-africano pediu desculpa ao homólogo moçambicano, Filipe Nyuse, pela crise de violência xenófoba na África do Sul durante um encontro em Maputo.

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