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SociedadeReino Unido

As cerimónias do adeus à rainha Isabel II

Silke Wünsch
9 de setembro de 2022

Há muito tempo que estavam preparados planos secretos para como proceder no caso da morte da rainha Isabel II. Agora foi desencadeada a 'Operação London Bridge'.

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O luto pela rainha Isabel II
Foto: Martyn Wheatley/i-Images/IMAGO

A morte da rainha Isabel II na quinta-feira (08.09) pôs em marcha um protocolo minucioso elaborado de antemão.

Quando a rainha morreu, a primeira-ministra Liz Truss foi de imediato alertada por uma linha telefónica segura com a frase código: 'London Bridge is down', o que significa 'a ponte de Londres caiu', numa alusão a uma canção infantil conhecida por todos os falantes de inglês. 

A chefe do Governo de Londres informou, em seguida, numa cadeia de comunicação precisa, o seu gabinete, pedindo para manterem a informação confidencial.

Só então o anúncio oficial foi enviado à imprensa. No espaço de dez minutos começaram a tocar os sinos por todo o país e a bandeira nacional foi colocada a meia haste nos edifícios públicos.

Os canais de comunicação social do Governo e o palácio de Buckingham exibiram faixas negras, e uma placa com o aviso de óbito foi afixada no portão da residência real.

Austrália homenageia Isabel II
Em todo o mundo é rendida homenagem ao longo reinado de Isabel II Foto: ROBERT WALLACE/AFP/Getty Images

Dez dias até às exéquias estatais

Entretanto, o herdeiro do trono, príncipe Carlos, prepara o seu discurso à nação como novo chefe de Estado, marcado para as 18 horas locais, que será seguido por uma cerimónia fúnebre na Catedral de São Paulo, em Londres.

O Governo suspende todas as atividades durante os próximos dez dias, até ao funeral da rainha. O protocolo "London Bridge" continuará a ser executado: Os dias que se seguem à data da morte da rainha, denominado "Dia D", são numerados.

Dia D+1 e um novo rei

O príncipe Carlos foi oficialmente proclamado o novo rei às 10 horas da manhã. A sua entronização tem o nome de código 'Operação Maré de Primavera'. Às 15h30, o novo rei dá a sua primeira audiência à primeira-ministra e ao Gabinete.

No dia seguinte, o caixão de Isabel II será levado ao Palácio de Buckingham, onde será recebido pela primeira-ministra e membros do Gabinete. A rainha morreu na sua residência de verão em Balmoral, na Escócia, pelo que foi desencadeada a 'Operação UNICORN', que prevê a trasladação dos restos mortais para Londres por comboio real.

Rei Carlos III
O novo rei parte em périplo pelo paísFoto: Henry Nicholls/WPA Pool/Getty Images

Em caso de impedimento, seria acionada a 'Operação OVERSTUDY' e o caixão seria transportado para a capital por avião.

No terceiro dia de manhã, o novo rei receberá as condolências no palácio de Westminster. À tarde, Carlos III parte para a uma viagem pelo Reino Unido, com a primeira escala prevista na Escócia.

Do Dia D+4 a Dia D+9: Operações Leão e Pena

Enquanto o novo soberano visita a Irlanda do Norte, realiza-se em Londres a 'Operação Leão'. Trata-se da procissão do caixão real de Buckingham a Westminster, a sede do Governo.

No palácio de Westminster haverá um serviço religioso. A rainha ficará em câmara ardente durante quatro dias, numa operação de nome de código 'Feather' ou 'pena' em português. O salão de Westminster permanece aberto 24 horas por dia para permitir que um máximo de pessoas preste homenagem à rainha.

Ao mesmo tempo decorrem os ensaios para o funeral de Estado, enquanto o rei Carlos visita o País de Gales.

Imagem gigantesca de Isabel II em Londres
O Reino Unido está de lutoFoto: Tayfun Salci/ZUMA Wire/IMAGO

Dia D+10, funeral de Estado

O funeral do Estado será realizado na Abadia de Westminster. Ao meio-dia, todo o país manterá dois minutos de silêncio. Será decretado um "Dia de Luto Nacional". Caso calhe num dia de semana, os empregadores podem dar folga aos seus empregados.

O funeral do Estado será seguido por uma procissão até à Capela de São Jorge no Castelo de Windsor, onde será lida uma missa de último adeus.

A rainha Isabel II será enterrada na Capela Memorial do Rei Jorge VI, no Castelo de Windsor, ao lado do seu marido Príncipe Filipe, que morreu em abril de 2021, e cujos restos mortais serão trasladados da cripta real para o túmulo da família.