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Aplicação facilita vida de comerciantes do Quénia

Christopher Unger | Tainã Mansani
22 de abril de 2018

Em alguns países, é fácil pagar contas com cartões ou pela internet. No Quénia, um projeto-piloto quer possibilitar negociações financeiras através de uma aplicação para celulares.

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Mobiltelefon
Foto: Victorgrigas/CC-BY-SA 3.0

Num bairro de lata de Nairóbi, Quénia, as crianças brincam em meio de cabras e outros animais. Estão bem perto de um esgoto, que passa por um pequeno córrego numa estrada não pavimentada. Ali também ficam as habitações precárias dos que vivem ou trabalham. Numa dessas barracas, David Kileo mantém o seu comércio.

Meio quilo de arroz por 45 xelins, cerca de 0,35 euro. O pagamento é em dinheiro, como em quase toda parte do Quénia. David Kileo dirige seu estabelecimento há cerca de um ano e meio. Ele sabe o que seus clientes estão a comprar.

13.04.18 - Apps para comerciantes no Quénia - MP3-Stereo

"Talvez falte sabão, farinha de milho, ou então um outro tipo de arroz e óleo de cozinha", diz.

David Kileo digita esta lista em seu smartphone e apenas alguns instantes depois, ela aparece no computador de Nanga Manjoi, que fornece os produtos para os comerciantes das pequenas lojas na região. Por vários meses, ambos já não se comunicam por telefone, mas sim através da aplicação para celulares chamada "Kionect".

"No início, apenas registávamos as nossas vendas, que não eram muitas. A pessoa comprava, nós dávamos os recibos e depois ela ia embora. Agora, com o App "Kionect",  sabemos ao certo quem comprou, a quantidade solicitada e quais foram os produtos comprados", relata.

No armazém, os trabalhadores juntam os produtos para entregar na pequena loja de David Kileo. Os sacos de farinha de milho e arroz são transportados numa motocicleta.

Vantagens para os comerciantes

Markt Lebensmittel Kenia Symbolbild
Vendedoras de rua, em NairobiFoto: picture-alliance/dpa/Recep Canik

A  aplicação "Kionect" foi inventada pela empresa Mastercard e pela Fundação Bill Gates. A Mastercard está pesquisando no Quénia novas tecnologias para o mercado mundial.

O objetivo é o pagamento digital em vez de dinheiro. A empresa quer ganhar 500 milhões de clientes em todo o mundo até 2020. Uma vantagem para a Mastercard e também para os comerciantes, diz Michael Elliott.

"Criamos uma plataforma que permite aos pequenos comerciantes gerenciarem seu negócio com mais eficiência. Ao mesmo tempo, ao disponibilizarmos essas informações para os bancos, eles podem usá-las para pontuar os comerciantes. E assim os bancos podem conceder empréstimos para os comerciantes que mantêm pagamentos regulares", explica.

O Quénia tem condições para a implementação desse projeto. Quatro em cada cinco quenianos têm telefones celulares ou smartphones. Mesmo nas pequenas aldeias, há bom acesso à internet.

Cerca de 1.500 comerciantes nos bairros de lata de Nairóbi já estão cadastrados no "Kionect".

"Daqui, eu faço o meu pedido e eles apenas me entregam a encomenda. Enquanto isso, posso ficar aqui e continuar a vender. Economizo muito tempo", conta um dos comerciantes.

Tainã Mansani Jornalista multimédia