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Angola: É preciso fazer mais para combater a cólera

8 de agosto de 2018

Nos últimos três meses, seis pessoas morreram com cólera na capital angolana. E já houve surtos noutras províncias. Analistas dizem que é urgente resolver os problemas na recolha do lixo.

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Foto: DW/A. Pacheco

Em Angola, a época chuvosa começa oficialmente a 15 deste mês. Mas, nas ruas de Luanda, ainda há muito lixo por remover, apesar dos esforços das empresas de recolha de resíduos sólidos.

Muitas valas de drenagem estão entupidas com lixo, lamenta o sociólogo Carlos da Conceição em entrevista à DW África. E a culpa também é dos cidadãos, "que vão colocando" os resíduos nesses lugares.

"As valas de drenagem na província de Luanda quase que sumiram. E, se existem, são infraestruturas degradadas, porque não têm capacidade de escoamento", constata.

Autoridades tentam conter surto

A acumulação de lixo nas vias públicas é uma das razões apontadas para o surgimento de surtos de cólera, que é transmitida, por exemplo, através de água contaminada. E, desde maio, só em Luanda foram notificados mais de 80 casos da doença, 12 dos quais confirmados em laboratório. Seis pessoas morreram.

Angola: É preciso fazer mais para combater a cólera

Outras zonas também já registaram casos de cólera este ano. Na província do Uíge, no norte do país, a doença causou mais de uma dezena de mortos, num total de 600 pessoas afetadas. Em Cabinda, uma pessoa morreu em mais de dez casos notificados.

As autoridades sanitárias desdobram-se em esforços para conter doença, colocando técnicos no terreno para detetar eventuais casos. Em Luanda, a preocupação é maior com a situação no município de Cacuaco, a norte.

"Nós tivemos grandes preocupações no município de Talatona, mas neste momento a nossa maior preocupação é aqui no município de Cacuaco. Estamos já a trabalhar no [bairro] Belo Monte, que é o epicentro que nos preocupa, para poder cortar a cadeia de transmissão", afirmou Rosa Bessa, diretora do gabinete provincial de Saúde.

Carlos da Conceição considera que, além destas medidas, é fundamental apostar na prevenção. Segundo o sociólogo, a imprensa também tem um papel importante a desempenhar, para criar "programas específicos de sensibilização" - "não aqueles programas habituais de 'um segundo' em que, depois, as pessoas ficam sem ideia sobre a situação".