Angola tem a primeira Academia dedicada às pescas
18 de julho de 2017Desde maio, a Academia já recebeu 576 alunos que frequentam o primeiro ano dos vários cursos. Já a primeira residência de acolhimento, com capacidade para 120 estudantes, abre portas em fevereiro de 2018.
Um dos objetivos prioritários é receber uma centena de estudantes de países vizinhos, como Namíbia ou África do Sul, ou de língua portuguesa, afirmou Carmen Van-Dúnem dos Santos, coordenadora da comissão de gestão da Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe, na inauguração da instituição que contou também com a presença do vice-Presidente da República, Manuel Vicente.
A instituição de ensino superior, que funcionará com faculdades de Pesca, de Processamento de Pescado e de Exploração de Recursos Aquáticos, encontra-se organizada em cinco edifícios e conta com 30 laboratórios para investigação científica e para recriar em terra as aulas práticas a ministrar, posteriormente, no navio-escola, que chegará durante a terceira fase da obra.
A Academia de Pescas e Ciências do Mar do Namibe é um projeto lançado há cerca de uma década com o apoio do Governo da Polónia, que disponibilizou 65 milhões de euros do financiamento necessário às duas primeiras fases - já concluídas e que representaram um investimento de 96,8 milhões de euros -, bem como parte do corpo docente.
Apesar de Angola ter uma longa costa de 1.650 quilómetros e uma Zona Económica Exclusiva de 330 mil quilómetros quadrados, a economia do mar representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto do país.
Por isso, durante a inauguração da obra, Victória de Barros Neto, ministra das Pescas de Angola, sublinhou: "há uma enorme variedade de recursos marinhos que podem ser adequadamente e devidamente aproveitados, se tivermos capacitação, formação e uma investigação científica aplicada ao desenvolvimento da economia azul".