Angola: Sonangol não vai distribuir dividendos ao Estado
29 de dezembro de 2018Em 2017, último ano da gestão de Isabel dos Santos na petrolífera, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) registou um resultado operacional positivo de 197.538 milhões de kwanzas (cerca de 1.060 milhões de euros).
No entanto, e segundo o Relatório e Contas da empresa a que a Lusa teve acesso, referente a 2017, a Sonangol "não poderá efetuar a distribuição dos resultados, até à cobertura integral dos prejuízos acumulados dos exercícios anteriores" que, no final do ano passado, ascendiam a 398.178 milhões de kwanzas (cerca de 2.160 milhões de euros).
"Propomos que o Resultado Líquido do Exercício seja integralmente aplicado para a cobertura dos prejuízos de exercícios anteriores, por serem necessários para o efeito. A presente proposta de aplicação de resultados, tem subjacente a necessidade de garantir a sustentabilidade da empresa, de modo a continuarmos a implementação da estratégia de crescimento e solidez definida no Programa de Regeneração da Sonangol", lê-se no documento da administração da petrolífera, que desde novembro de 2017 é liderada por Carlos Saturnino, depois de Isabel dos Santos ter sido exonerada do cargo pelo chefe de Estado, João Lourenço.
Globalmente, o resultado líquido do grupo Sonangol em 2017 foi de 27.250 milhões de kwanzas (147 milhões de euros), o que corresponde a um aumento de 107% face a 2016. As vendas da Sonangol em 2017 - essencialmente petróleo bruto - aumentaram para 19%, face ao ano anterior.