CPLP prepara observação eleitoral em Angola
4 de agosto de 2017A informação foi revelada à DW por Maria do Carmo Silveira, secretária executiva da organização lusófona no final de uma reunião de trabalho, em Lisboa, com Luís Filipe Tavares, ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde, país que assume a presidência da CPLP de 2018 a 2020.
Segundo Maria do Carmo Silveira, "o que foi decidido pela CPLP é que a missão será composta pelos diplomatas dos Estados-membros residentes em Luanda".
Miguel Trovoada, ex-Presidente de São Tomé e Príncipe, que foi representante especial das Nações Unidas (ONU) para a Guiné-Bissau, é a figura escolhida para dirigir a missão de observação do ato eleitoral em Angola. "Já temos a indicação dos representantes diplomáticos da CPLP na capital angolana e será chefiada pelo ex-Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, senhor Miguel Trovoada", revelou Maria Silveira esta sexta-feira (04.08).
Pedido de envio de observadores
A CPLP decidiu participar nas eleições angolanas com o envio de observadores, em resposta a um pedido expresso formulado à organização pelo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. Igual pedido já fora endereçado à União Europeia (UE), União Africana (UA), Comunidade de Desenvolvimento dos Estados da África Austral (SADC) e à Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEAC).
A secretária executiva da CPLP disse à DW que a missão de observação deve preparar um plano operacional "que será feito naturalmente em concertação com a Comissão Nacional de Eleições de Angola".
A também são-tomense Carmo Silveira adiantou: "pensamos que tudo vai correr bem". Acredita que as eleições angolanas podem "correr num clima de paz, de tranquilidade, e que os angolanos possam eleger os seus novos num clima de perfeita liberdade e tranquilidade".
Esperança de liberdade e democracia"Queremos que haja paz e tranquilidade para o bem do povo angolano", afirma também Luís Filipe Tavares, ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde – país que assumirá a presidência da CPLP depois do Brasil.
Luís Filipe Tavares acrescenta que "vamos acompanhar [as eleições] com atenção, obviamente. Mas queremos que haja paz e tranquilidade para o bem do povo angolano. Angola é um grande país, com imensas potencialidades. É um país muito importante para a CPLP".
Deixa, por fim, uma mensagem de esperança em relação às eleiões de 23 de agosto. "Vamos acompanhar [as eleições] com atenção, obviamente", diz o ministro, acrescentando que espera "que as eleições decorram num clima de concórdia e de elevação, num ambiente cada vez mais democrático e de liberdade".