Angola investe na infraestutura de São Tomé e Príncipe
28 de abril de 2011O acordo assinado pelo ministro de Obras Públicas e Recursos Naturais são-tomense, Carlos Manuel Vila Nova, e pelo administrador executivo do Grupo para-estatal, Sonangol, Batista Sumbe, tem a duração, numa primeira fase, de 30 anos. Ele envolve um investimento de mais de cinco milhões de dólares para o porto de Ana Chaves e pouco mais de sete milhões de dólares para o aeroporto internacional de São Tomé e Príncipe.
Superar as dificuldades operacionais
O objetivo é fazer investimentos nas duas infraestruturas e melhorar a gestão das duas empresas públicas, que se debatem com sérias dificuldades operacionais. O porto de Ana Chaves está mesmo numa situação de quase paralisia. As intervenções que se impõem exigem uma capacidade financeira que o país não tem, como admitiu em declarações exclusivas à Deutsche Welle, o ministro das Obras Públicas e Infraestruturas, que acrescentou: “Decidimos, tanto de um lado como do outro, avançar para parcerias onde houvesse uma relação que pudesse impulsionar mais rapidamente o desenvolvimento destes projetos”.
Carlos Vila Nova acrescentou que os projetos vão ser implementados por fases. A primeira destina-se a melhorar a operacionalidade das duas infraestruturas, especificamente “no que toca o aeroporto, na iluminação da pista, nós teremos nos equipamentos de salvação e de segurança alguma melhoria na aerogare. Na segunda fase, estaríamos então a olhar para coisas de maior vulto, como a pista em si, melhoramento e ampliação, a aerogare, dar outra estrutura” O mesmo se aplica ao porto, com prioridade para “os equipamentos que permitissem fazer o transbordo do barco para o porto, a movimentação de contentores, rebocadores, gruas”, concluiu o ministro.
Sonangol tem mais projectos em São Tomé
Batista Sumbe, administrador executivo do grupo Sonangol, declarou no ato que foi dado o primeiro passo: “Queremos que, daqui a um ano, quando nos voltarmos a sentar, seja para brindarmos com maior alegria ainda, porque o porto vai estar operacional, e o aeroporto também vai estar operacional. Eventualmente já teremos iniciado outros projetos”
Entre os projetos planeados pela Sonangol estão a construção de um porto de águas profundas e um centro de abastecimento para a zona do Golfo da Guiné.
A Deutsche Welle apurou ainda que o governo são-tomense está também a considerar a hipótese de ceder à Sonangol uma parte da sua participação na STP Airways, companhia aérea de bandeira são-tomense.
Concessão pode ser renovada
Está a ser constituída uma sociedade mista entre o governo são-tomense e a Sonangol para a gestão do aeroporto e do porto, na qual a petrolífera angolana deterá 80% do capital e o Estado são-tomense os restantes 20%. O início da implementação do acordo está previsto para dentro de duas semanas. O contrato de concessão é para 30 anos e pode ser renovado por períodos de dez anos. As negociações que culminaram com a assinatura do acordo duraram mais de dois anos.
Autor: Juvenal Rodrigues (São Tomé)/Cristina Krippahl
Revisão: António Rocha