Angola: Exalgina Gambôa apresenta demissão
1 de março de 2023A demissão foi apresentada esta manhã ao Presidente da República, João Lourenço, com conhecimento ao Conselho Superior da Magistratura Judicial, de acordo com uma nota de imprensa do Tribunal de Contas.
Exalgina Gambôa e o seu filho Hailé da Cruz foram constituídos arguidos por crimes de extorsão e corrupção, anunciou a Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana na terça-feira (28.02).
A PGR revela que Exalgina Gambôa já foi notificada, enquanto Hailé Vicente da Cruz, que esteve na administração do banco Yetu, se encontra atualmente no exterior do país, não tendo sido ainda notificado.
O processo de inquérito foi aberto "em reação a informações e denúncias públicas".
Na segunda-feira, o Presidente angolano, João Lourenço anunciou que convidou Exalgina Gambôa a renunciar ao cargo no dia 21 de fevereiro devido às várias "ocorrências" que a envolviam. No entanto, até à data em que decidiu pronunciar-se publicamente sobre o facto, a juíza não tinha apresentado demissão.
Exalgina Gambôa optou por apresentar um pedido de jubilação antecipada, invocando razões de saúde, nesse mesmo dia, antes de apresentar agora a sua renúncia ao cargo.
Em caso de vacatura, a presidência do órgão que fiscaliza as finanças públicas angolanas deverá ser exercida interinamente, até à abertura de um novo concurso.
O nome de Exalgina Gambôa está envolvido em suspeitas desde o ano passado quando o ativista e jornalista Rafael Marques de Morais, que dirige o 'site' Maka Angola, pediu uma investigação aos gastos exorbitantes da presidente do Tribunal de Contas (TdC).
Na altura, Rafael Marques de Morais revelou que as despesas da juíza, suportadas pelo erário público através do Cofre Privativo do Tribunal de Contas, ascenderiam a cerca de 4 milhões de dólares (3,7 milhões de euros) e visavam o apetrechamento da residência, com mobílias adquiridas em duas empresas.