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Angola: Canal ZAP Viva fecha portas

Lusa
12 de janeiro de 2022

O canal estava suspenso em Angola desde abril do ano passado devido às "inconformidades" alegadas pelo Ministério das Telecomunicações. UNITA diz que encerramento foi medida "política e revanchista".

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Angola | Zap
Foto: Johannes Beck/DW

A notícia foi avançada pelo portal PlatinaLine, segundo o qual os trabalhadores foram demitidos devido ao longo tempo de inoperância do canal em território nacional, já que se mantinha apenas a emissão em Portugal e em Moçambique.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da ZAP disse não ter informações para dar.

Este é o segundo canal angolano a fechar portas na sequência da decisão do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, que obrigou a suspender os canais alegando "inconformidades", depois da Vida TV, que pôs fim às suas atividades em julho de 2021, deixando no desemprego mais de 300 profissionais.

Solidariedade nas redes sociais

Artistas e figuras públicas angolanas expressaram, entretanto, a sua solidariedade e lamentaram o fecho do canal, tal como a empresária Isabel dos Santos, detentora da operadora de telecomunicações ZAP, cujas participações sociais foram arrestadas em dezembro de 2019, a pedido do tribunal provincial de Luanda.

Na sua conta do Instagram, Isabel dos Santos exprimiu "carinho e admiração" pelos colegas da ZAP e disse estar "de coração partido", manifestando a esperança de "voltar um dia".

Os trabalhadores da ZAP Viva fizeram, na terça-feira, uma oração de agradecimento que circulou nas redes sociais pela oportunidade de trabalho e sustento das famílias nos últimos nove meses.

Portugal Lissabon | Isabel dos Santos
A ZAP pertence à empresária angolana Isabel dos SantosFoto: João Carlos/DW

Em setembro do ano passado, a operadora angolana tinha já anunciado um processo gradual de despedimentos na sequência da suspensão do canal ZAP Viva, afirmando estar a levar a cabo "as necessárias diligências para a retoma da emissão em território nacional" apesar de "não se vislumbrar um horizonte temporal de resolução".

Sem mencionar quantos postos de trabalho estão em causa, a ZAP referia, na altura, estar a "proceder a várias medidas de otimização de diferentes áreas operacionais", entre as quais consta os recursos humanos afetos à Unidade ZAP Estúdios, responsável pela produção de conteúdos de televisão, onde se inclui o ZAP Viva.

UNITA critica 

Também o maior partido da oposição angolana se solidarizou com os trabalhadores afetados pelo encerramento do canal ZAP Viva e considerou que a medida que levou a este desfecho foi "política e revanchista".  

Segundo o Secretariado da Comunicação e Marketing da UNITA, a medida de encerramento do Canal ZAP Viva "é fundamentalmente política e revanchista" e o Governo está a estimular com um ato "desproporcional" as dificuldades das famílias. 

"Num contexto de extremas dificuldades vividas pelas famílias angolanas, agravadas pela incapacidade de o executivo corporizar medidas económicas e sociais, tendentes a minimizar o sofrimento das populações e dos trabalhadores, o Governo estimula por ato negligente, desproporcional, de má-fé e falta de solidariedade para com os trabalhadores e seus dependentes, o agravamento da já difícil situação das famílias", lamenta o partido.   

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