Alemanha: Líder regional da Turíngia demite-se
8 de fevereiro de 2020Confrontado com a controvérsia gerada pela sua eleição, Thomas Kemmerich já tinha admitiu nos últimos dias que estava disposto a deixar o cargo, mas sem avançar uma possível data para o anúncio da renúncia, acabando por fazê-lo este sábado (08.02).
"Estou a anunciar a minha demissão como ministro-presidente da Turíngia com efeitos imediatos", disse Kemmerich, do partido liberal FDP.
A eleição de Thomas Kemmerich está a gerar uma grande controvérsia na Alemanha, uma vez que a escolha do líder regional só foi possível graças a uma aliança inédita entre os representantes conservadores locais da União Democrática Cristã (CDU, a força política da chanceler alemã, Angela Merkel) e os membros locais da Alternativa para a Alemanha (AfD, partido de extrema-direita).
Segundo os media alemães, o Partido Social-Democrata (SPD), parceiro dos conservadores de Angela Merkel na coligação governamental alemã, terá exigido a demissão imediata de Kemmerich como condição para se manter no executivo.
Merkel afasta secretário de Estado
A eleição no Estado da Turíngia também já fez uma baixa no governo central alemão.
A chanceler Angela Merkel anunciou, este sábado (08.02), o afastamento do governo de um secretário de Estado que saudou nas redes sociais a controversa eleição de Kemmerich.
"A chanceler propôs hoje ao Presidente federal a demissão do secretário de Estado Christian Hirte", informou o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, num breve comunicado.
Christian Hirte, que era até à data secretário de Estado do Ministério da Economia e da Energia e comissário do governo para os Estados do leste da Alemanha, é afastado depois de ter elogiado, através de uma mensagem na rede social Twitter, a eleição do novo líder regional do Estado da Turíngia (leste da Alemanha).
"A chanceler informou-me durante uma reunião que não podia ser mais comissário do governo. A pedido dela, pedi para ser afastado do meu cargo", divulgou, por sua vez, Christian Hirte no Twitter.
Os sociais-democratas do SPD, parceiros de Merkel na atual coligação governamental alemã, já tinham exigido o afastamento de Hirte, argumentando que a continuidade do político "era insustentável".