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Alemanha: Ainda não há fumo branco em Berlim

DPA | Reuters | Lusa | mjp
12 de janeiro de 2018

As negociações para formar uma nova coligação de Governo na Alemanha arrastaram-se pela madrugada. A reunião entre os líderes da CDU/CSU e do SPD dura há cerca de 24 horas. Deverá terminar esta manhã.

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Foto: picture alliance/AP Photo/M. Sohn

Não parece ter fim o impasse político na Alemanha. Após cinco dias de negociações entre os conservadores e os sociais-democratas e 24 horas desde o início da última reunião, os alemães continuam à espera de resultados.

As conversações entre os líderes da União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, da União Social-Cristã (CSU) e do Partido Social-Democrata (SPD) com vista à formação de uma coligação de Governo deveriam ter terminado esta quinta-feira (11.01). Mas, até agora, não há sinais de compromissos em torno de temas como o mercado de trabalho, reforma, saúde, finanças e refugiados.

Deutschland Fortsetzung der Sondierungen von Union und SPD | Angela Merkel (CDU)
Chanceler alemã, Angela Merkel, à chegada para as conversaçõesFoto: Reuters/H. Hanschke

A paciência é uma virtude

Ao início do último dia da primeira fase de negociações, Merkel já previa uma maratona de negociações "difícil", com "grandes obstáculos" pela frente.

A chanceler interina reconheceu que "é preciso criar as políticas certas para o país" e que isso leva o seu tempo, mas que encara as negociações "com grande energia, pois as pessoas esperam que sejam encontradas soluções.

Depois do fracasso, em novembro, das negociações com o Partido liberal (FDP) e os Verdes, um acordo com os sociais-democratas é uma das últimas oportunidades da chanceler para governar mais quatro anos.

Alemanha: Ainda não há fumo branco em Berlim

Tópicos controversos

As divergências que têm marcado esta primeira fase negocial passam sobretudo pelas políticas financeiras e a questão dos refugiados.

A CSU, já em campanha para as eleições regionais de outubro, exige um endurecimento da política migratória e uma redução dos impostos para todos. O SPD quer, por sua vez, a simplificação das condições para que os refugiados consigam o reagrupamento familiar, investimentos na educação e infraestruturas e novos apoios para as classes média e baixa.

Angela Merkel reconhece que as divergências persistem mas que tudo fará para "alcançar os compromissos necessários".

Berlin - Sondierungen von Union und SPD - Blick in die SPD-Zentrale
Conversações entre as lideranças dos três partidos arrastaram-se pela noite dentro, na sede dos sociais-democratas em BerlimFoto: picture alliance/dpa/K. Nietfeld

"Interesses em comum"

As conversações têm permitido, contudo, avançar em algumas matérias, como por exemplo a lei sobre imigração qualificada, fundamental para a maior economia europeia com uma população envelhecida.

Se os partidos decidirem esta sexta-feira que estão reunidas as condições para passar a uma segunda fase negocial, o SPD prevê consultar os delegados reunidos em congresso extraordinário a 21 de janeiro para saber se aprovam, ou não, negociações pormenorizadas com a CDU e a CSU.

O líder social-democrata, Martin Schulz, prometeu igualmente consultar o partido sobre um futuro acordo de coligação, e um novo Governo poderá ser formado em março. Mas tal como Angela Merkel, também Schulz reconheceu no último dia de negociações, que ainda existem obstáculos.

"Há vários pontos que identificámos como interesses comuns e sobre os quais pudemos avançar, mas ainda há grandes problemas que temos de ultrapassar", afirmou na quinta-feira de manhã.

Durante a madrugada, CDU, CSU e SPD ainda discutiam na sede dos sociais democratas, em Berlim. Os comités encontram-se novamente esta sexta-feira de manhã e ao meio-dia deverão dar a conhecer às bancadas parlamentares os resultados das negociações.