Afeganistão: Lições de uma intervenção
Foi a 7 de outubro de 2001 que caíram as primeiras bombas no Afeganistão. A decisão do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, baseou-se sobretudo no argumento de que os talibãs se recusavam a entregar o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, recusando-se, assim, a pôr fim à sua ligação à rede terrorista.
Não existia plano político para a intervenção. Os Estados Unidos e os seus aliados acreditavam num sucesso rápido. A intervenção trouxe uma nova Constituição para o país, milhões de refugiados da guerra civil regressaram às suas terras, milhares de milhões de dólares foram empregues na construção de estradas, escolas, universidades e hospitais.
O Ocidente financiou o estado afegão, o governo e as forças de segurança. Mas no país a seguranca, a paz, a estabilidade e a reconciliação continuam longe de ser uma realidade.
A guerra continua
Em muitas regiões do Afeganistão ainda há guerra, cada vez mais civis morrem em atos de violência. Nos últimos dez anos não houve nem um desarmamento eficaz nem um processo de reconciliação entre os diferentes grupos da população.
O Afeganistão está dividido entre lutas de poder internas e interesses estrangeiros. Por motivos estratégicos e económicos, pouco aponta para uma retirada militar completa por parte dos Estados Unidos.
O Afeganistão poderá vir a servir de país de passagem para o petróleo e o gás da Ásia Central. Além disso, todas as potências regionais estão em alerta: o Paquistão, a Índia, a China, a Rússia e a Turquia esperam pela sua oportunidade.
Um trabalho de Sandra Petersmann apresentado por Marta Barroso.
Autora: Sandra Petersmann
Edição: Marta Barroso/Johannes Beck