Advogados de Kalupeteka vão ao Sumi para reconstituição
23 de outubro de 2015
A deslocação ao local visa a recolha de provas para a reconstituição dos factos segundo um dos advogados de defesa da Associação Cívica Mãos Livres, Zola Bambi.
A permissão foi dada pelo juíz da causa do caso Kalupeteka que surpreendeu Angola a 16 de junho deste ano quando fiéis da seita a Luz do Mundo e a polícia se envolveram em confrontos tendo provocado, oficialmente, a morte de nove agentes e treze civis.
“O Tribunal aceitou e uma equipa constituída pelo Dr. David Mendes e outros colegas estará presente para que se faça a reconstituição dos factos e nós, como defesa, fiscalizarmos e darmos o nosso parecer. Nessa reconstituição todos estarão para dar um subsídio favorável para que o trabalho seja feito de forma mais fidedigna possível e para que todos tenham uma apreciação que sirva para uma melhor discussão durante a fase de julgamento”, disse Zola Bambi.
Esta fase que antecede o julgamento, de acordo com o advogado, está prevista na legislação penal angolana e diz que não entende porque o Tribunal e o Ministério Público tentaram inviabilizar a reconstituição dos factos.
“É um procedimento que está na nossa Lei e que estava a ser limitado e não sabemos as razões. A reconstituição dos factos é um passo imprescindível para melhor conhecimento do sucedido para uma melhor discussão entre a defesa e o Tribunal”.
Julgamento sem data marcada
No monte Sumi onde a seita realizava os seus cultos estarão todos os implicados no processo, incluído José Julino Kalupeteka.
“Estarão presentes o Kalupeteca e algumas pessoas que estão implicadas no caso: os que atuaram do lado da polícia, o Ministério Público e o Juíz da causa”.
O julgamento do “caso Kalupeteka” ainda não tem data prevista.
De acordo com Zola, este é um dos pressupostos que tinham de ser observados. “Ainda não há uma data marcada porque este é um pressuposto instrumental que faltava e sem esta reconstituição estaríamos numa situação de desigualdade”.